07 de janeiro de 2011 | 00h00
O próprio Cardiff foi fotógrafo e recebeu o Oscar da categoria por Narciso Negro, da dupla Michael Powell/Emeric Pressburger, em 1947. Cardiff deveria ter bisado o prêmio no ano seguinte pelas esplendorosas imagens de Sapatinhos Vermelhos, também de Powell e Pressburger. O filme, segundo um de seus exegetas, Martin Scorsese, é o mais belo exemplo do cinema como arte total, misturando dança, música, literatura, pintura, teatro, etc.
É uma boa oportunidade para se conferir a excelência de Jack Cardiff - e de seu aporte a um artista tão cultuado quanto o diretor Powell. No ciclo que o Centro Cultural Banco do Brasil dedica ao cineasta inglês, passa hoje (às 17h30) o documentário O Homem-Câmera - A Vida e a Obra de Jack Cardiff. Ele não apenas assinou imagens inesquecíveis para Michael Powell. Também fotografou clássicos de Alfred Hitchcock (Sob o Signo de Capricórnio), John Huston (Uma Aventura na África), Joseph L. Mankiewicz (A Condessa Descalça) e King Vidor (Guerra e Paz).
O documentário ilumina - é bem a palavra - a ligação de Jack Cardiff com a pintura. Fixa a câmera como extensão de seu olho. Na sequência, às 19h30, passa um filme de Powell/Pressburger que Cardiff não fotografou, mas Contos de Hoffman, baseado na opereta de Offenbach, não é menos belo por isso. O culto ao filme é tão grande que Francis Ford Coppola o cita em Tetro.
O HOMEM-CÂMERA: A VIDA E A OBRA DE JACK CARDIFF CCBB. Rua Álvares Penteado, 112, 3113-3651. Hoje, 17h30. R$ 4.
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