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Hillary Clinton acusa chineses de censurar seu livro

Em chinês, Vivendo a História não menciona os protestos da Praça da Paz Celestial e trata um ativista pró-direitos humanos como espião

Por Agencia Estado
Atualização:

Para editores chineses, trata-se de "mudanças técnicas". Para a ex-primeira-dama e atual senadora americana Hillary Clinton, é censura. O fato que é a versão em chinês de Vivendo a História, seu livro de memórias, chegou ao mercado com pelo menos dez alterações. Entre as "mudanças técnicas", estão o corte de uma passagem sobre os protestos pró-democracia da Praça da Paz Celestial, em Pequim, em 1989, e a significativa redução do trecho sobre o ativista pró-direitos humanos Harry Wu, tratado na edição chinesa como espião à espera de julgamento. "Inacreditável", reagiu hoje a senadora ao saber das mudanças. Perguntada das razões desta edição, disse: "Por que algum governo guarda informação? Eles querem controlar as opiniões e as mentes dos cidadãos." Acrescentou ainda que o cuidado se revela inútil em tempos de internet. De qualquer forma, é um procedimento padrão no mercado editorial chinês. Liu Feng, da editora Yilin, responsável pela versão, se defende dizendo que as mudanças foram feitas para "conquistar mais leitores". E que não comprometem a "integridade do livro". Como as alterações não foram autorizadas, a editora americana de Hillary, a Simon & Schuster, insiste para que sejam todas corrigidas.

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