Heroínas de HQ chegam armadas de curvas

Chegam às bancas as novas heroínas das histórias em quadrinhos: Bad Kitty, Lady Death, Chastity e Xena, a Princesa Guerreira, armadas de cinturinhas finas, bumbuns generosos e seios siliconados

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Por Agencia Estado
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É uma convenção dos quadrinhos: tão certo quanto todo herói tem seu ponto fraco, ele deve ter músculos de sobra. Seja para envergar um uniforme coladinho ou para deixá-los à mostra. A regra serve para as mulheres, a diferença é que, ao contrário de músculos, elas devem mostrar curvas. Não que não possam ter um corpo sarado, mas a ordem é exibir cinturinhas finas, bumbuns generosos e seios de fazer a Joana ´Feiticeira´ Prado morrer de inveja. E uma verdadeira leva dessas heroínas tomou no último mês as bancas de assalto, com a chegada de quatro títulos da recém criada editora Atlantis: Bad Kitty, Lady Death, Chastity e Xena, a Princesa Guerreira. Todas coloridas e com periodicidade mensal. Xena sai sob licença da editora Topp Comics, em formato revista (20 cm x 26 cm) e custando R$ 3,80. As outras três vêm em formato americano (17 cm x 26 cm) e custam R$ 4,50. São títulos da Chaos! Comics americana, selo médio que tem nas HQs sobrenaturais seu principal filão. Muito silicone - Xena chegou primeiro. A personagem do seriado americano, vivida pela atriz Lucy Lawless, recebeu desenhos de Robert Teranishi, responsável pelo traço da série Star Wars: Union. O roteiro da história publicada no Brasil, As Presas do Dragão, é de ninguém menos que Roy Thomas. O culpado durante muitos anos pelos argumentos do mais famoso herói bárbaro: Conan. Além da primeira parte da saga - que envolve até mitologia grega, com Édipo tendo papel importante - a revista traz a história do nascimento da personagem Xena e sua companheira Gabrielle. A guerreira e sua assistente, vivida no seriado pela atriz Renée O´Connor, se tornaram ídolos do mundinho gay, dada sua ´delicada´ relação. Algo que não se via na TV desde a versão camp de Batman nos anos 60. Os outros três gibis ganharam o nome de As Vingadoras, sendo, de fato, a linha vivida por cada heroína. Bad Kitty é que tem o traço mais bonito e modernoso, com aqueles retoques dados por computador. A protagonista é a policial de Nova Orleans Catherine Bell, uma loiraça que se envolve em uma trama armada por policiais corruptos, a máfia e uma seita vodu. Nada de espetacular, mas sua transformação em Bad Kitty é bem bolada. Só dá pra adiantar que ela transforma um velho bar sadomasô em QG e faz uso de seus apetrechos e roupas. Também na linha fetichista é Chastity. Sua história começa em Ohio, de onde ela foge em meados dos anos 70 para tentar seguir carreira de atriz. Apesar de procurar a Royal Shakespeare Academy, em Londres, vai parar é nos bares entupidos de jovens ao som do recém-nascido punk rock. Tudo bem até ela ser mordida por um velho vampiro decadente (muito parecido com o Violador, do Spawn) e virar uma fera. O gibi é bem desenhado por um tal Justiniano e cheio de referências musicais, mas também não surpreende. Lady Death é a mais fraquinha, apesar de ter os maiores atributos (leia-se seios) entre todas. No que diz respeito ao traço, feito por Steven Hughes, é triste. Muito escuro e poluído. O roteiro e a criação são de Brian Pulido, o mesmo de Bad Kitty e Chastity. Até que não é ruim, Lady Death tem algo de X-Men misturado à mitologias nórdicas, com direito a Thor e Odin na história. Com tanto herói decadente por aí, pode ser mesmo a vez delas, mas, por enquanto, há muito silicone e pouco cérebro.

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