Heroína que virou malvada

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Por Elaine Guerini
Atualização:

Quando convidou Rachel McAdams para atuar em Meia Noite em Paris, Woody Allen avisou que sua personagem estaria "mais para vilã que para objeto do desejo". "Adorei a ideia, já que trago várias garotas adoráveis na bagagem", disse a atriz canadense, referindo-se provavelmente às heroínas de Diário de Uma Paixão (2004), Penetras Bons de Bico (2005), Te Amarei Para Sempre (2009) e Uma Manhã Gloriosa (2010).Rachel só não imaginava que teria dificuldade para encontrar o tom certo da personagem fútil e mandona. Num primeiro momento, ela abordou como "gato e rato" o relacionamento de Inez com o noivo, Gil (Owen Wilson). "Como o gato da história, eu queria ter sempre uma pata no rabo do rato, para não deixá-lo sair do meu controle." Mas Allen não aprovou. Ele pediu que Rachel fosse mais fria e parasse de tocar o colega de cena - derrubando a teoria de que o cineasta não orienta os atores no set. "Quando o trem está saindo dos trilhos, obviamente Woody interfere."De tanto ouvir dizer que Allen não entrega o roteiro completo aos atores, Rachel esperava receber apenas as páginas com os diálogos de sua personagem. "Outra besteira, pois Woody me deu o roteiro integral. Só achei estranho ele pedir que eu o devolvesse logo no dia seguinte." De todas as lendas sobre o universo de Allen, a atriz confirmou apenas uma. "O cachê dos atores é mesmo irrisório", contou, rindo.

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