PUBLICIDADE

Heloísa Périssé vive adolescente em 'O Diário de Tati'

Seis anos separam as gravações do longa da sua estreia nos cinemas nesta sexta-feira, 24

Por CRISTINA PADIGLIONE - O Estado de S.Paulo
Atualização:

Fala sério, tipo assim, demorô, aí: já é! Seis anos separam as filmagens do longa-metragem O Diário de Tati da estreia do filme, hoje, em 100 salas de cinema de todo o País. O espectador há de reparar que, além da evidente capacidade da atriz em convencer o espectador de que ela tem lá os seus 15 anos (enquanto sua Monalisa representa uma quarentona na novela das 9 da Globo), o elenco todo exibe alguma diferença de idade, do filme, para hoje. Como disse Marcos Caruso, que faz o pai biológico de Tati e também contracena com ela em Avenida Brasil como Leleco, Diário de Tati promove boas surpresas. "O Caruso diz que eu resgatei ele do ostracismo, imagina! E que o Marcelo Adnet, que era praticamente desconhecido quando o filme foi rodado, hoje é quase o dono da MTV", brinca. Heloísa Périssé, ou Lolô, como ela se faz chamar em conversa com o Estado, conta que uma série de circunstâncias burocráticas, entre produtores e distribuidores, arrastou a estreia do filme, feito em 2006, até aqui. Também faltou verba na hora da finalização. É certo que o sucesso de Avenida Brasil tenha conspirado a favor do lançamento do longa, mas Tati já tinha vida própria bem antes de Monalisa se engraçar com Tufão (Murilo Benício). A adolescente nasceu durante a peça Cócegas, há mais de dez anos, esquentou os bancos do Professor Raimundo (de um Chico Anysio que Lolô conheceu como sogro), e fez carreira de dois anos como quadro no Fantástico, antes de virar livro e best seller. Foi Paulinha, enteada da atriz, filha de Lug de Paula, quem inspirou Tati. "Hoje, a Luíza, irmã dela, minha filha, tem 13 anos e está uma Tati, mas um pouco mais calma", diz Heloísa, reconhecendo que ela própria foi uma "Tati em letras maiúsculas, com néon". Dirigido por Mauro Farias, O Diário de Tati tem supervisão de Guel Arraes. O elenco conta com Louise Cardoso, a mãe, Pedro Neschling, o irmão, Thiago Rodrigues, o desejado da classe, Sura Berdtchevsky, a professora de Matemática, além de Thaís Fersoza, Maria Clara Gueiros e Luís Miranda. Pronto para retratar os exageros cometidos por qualquer um de nós naquela fase em que os hormônios explodem e transformam meros empecilhos em tragédia grega, com os amigos do coração, os amores platônicos e as brigas com irmãos, o longa é capaz de provocar identificação em adultos e adolescentes, pais e filhos, professores e alunos. "A Tati tem uma empatia muito grande, é uma personagem conhecida pelas meninas da idade dela, pelas mais velhas e pelas mães, que se veem ali", diz. Apesar de seis anos terem se passado, ela acredita que o filme se mantém em dia, com um comportamento que permanece atemporal. "Se alguém me perguntar se eu mudaria alguma coisa, eu diria que até na cena que fiz ontem eu mudaria algo, mas o filme está redondinho, não tem nada fora do lugar". Como atriz que se preze, Lolô sofre com o rigoroso processo de autocrítica em relação ao seu ofício, mas não se faz de rogada quando lhe perguntam se ela se considera engraçada. "Não sou engraçada porque sou atriz, sou engraçada porque sou engraçada, como tem motorista de táxi engraçado, médico engraçado, etc.". "Quando eu era pequena, meu irmão me maquiava pra eu fazer showzinho pra família, imitava todo mundo e todo mundo ria comigo. Eu pago para estar ao lado de gente engraçada, como Leandro Hassum, Március Melhem ou Bruno Mazzeo." Enquanto Tati encontra seu rumo no cinema, Monalisa experimenta seus primeiros dias como moradora da zona sul carioca na TV. Mas, fiel à alegria do subúrbio do Divino, já parece entediada. "Não sei se ela fica muito tempo lá, não", arrisca Lolô. "Só torço para ela reencontrar a esperança de amar."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.