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Guto Lacaz revela os bastidores de um museu

Lacaz revela ao público em A Arte Atrás da Arte - Onde ficam e como viajam as obras de arte, em cartaz no MAM Villa-Lobos, alguns procedimentos usados no mundinho dos museus

Por Agencia Estado
Atualização:

Como é que os museus guardam suas obras de arte no acervo? E as gravuras, fotografias e desenhos? De que maneira são embaladas as esculturas quando precisam ser transportadas para exposições? Todas essas respostas estarão ao alcance do grande público a partir de amanhã, na mostra A Arte atrás da Arte - Onde ficam e como viajam as obras de arte, que ocupa o Espaço MAM Villa-Lobos. Convidado do projeto Olhar de Artista - que sugere a artistas plásticos que façam o papel de curadores -, Guto Lacaz teve a idéia de revelar os bastidores de todo o trâmite museológico. "Regina Cintrão (curadora executiva do MAM) me chamou para escolher obras no acervo do museu e trazer para este posto avançado aqui no shopping", lembra Lacaz, que selecionou 37 peças - um recorde para o local, onde numa mostra tradicional cabem, com muito boa vontade, umas 14 obras. "Achei que seria curioso mostrar a obra sem o glamour de uma exposição." O resultado ficou didático e pitoresco, na medida em que revela áreas e procedimentos museológicos normalmente restritos aos visitantes. Estão lá os trainéis, equipamentos utilizados para armazenamento de telas. Lacaz não perdeu a oportunidade e trouxe as placas móveis exatamente como ficam no acervo. Nos ganchinhos, estão obras do museu assinadas por Cássio Michalany, Helena Martins-Costa, Alfredo Volpi, Mário Zanini, Arcângelo Ianelli, José Pancetti, Walter Lewy, Humberto Espíndola, Georgete Melhem, Antonio Arney, Arnaldo Barbosa, Estrigas, Agostinho de Freitas, John Graz, Mário Gruber, Wanda Meirelles, Ottone Zorlini e Inimá de Paula. Na mapoteca - móvel de aço onde se guardam gravuras, fotos, desenhos e alguns objetos especiais, como o vestido feito de lâminas de barbear por Nazareth Pacheco - , estão obras de Rita Rosenmayer, Caetano de Almeida, Evandro Carlos Jardim e Cláudio Elisabetsky. Prontas para viagem - "Trouxe também a maior e a menor obra do acervo do museu, o objeto mais pesado e o mais delicado", diz Lacaz, que dessa forma consegue apresentar as peculiaridades que cada tipo de obra exige no momento de ser transportada. Nas cinco caixas de transporte estão obras de Joaquim Tenreiro, Victor Brecheret, José Leonilson, Abraham Palatnik e Geraldo de Barros. As embalagens ficarão semi-abertas para o público entender como são montadas para o vaivém das obras de arte. Outra curiosidade será a apresentação, em dois painéis, de toda documentação necessária para o trânsito de uma obra. "Mostramos como uma obra de arte, que é a realização de um desejo do artista, se transforma em um objeto da burocracia", diverte-se o curador. No total, entre o primeiro pedido ao MAM para a cessão de alguma obra e o retorno dela ao acervo lá se vão 27 cartas. Como a idéia é prestigiar os envolvidos na manutenção das peças, haverá ainda um painel fotográfico com todos os funcionários do MAM. A Arte atrás da Arte - Onde ficam e como viajam as obras de arte: vernissage hoje, às 19h30, no MAM Villa-Lobos (Av. das Nações Unidas, 4.777, 3.º piso, tel.: 3024-4242).

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