"Guia Gay" indica endereços GLS em SP

Editado pelo jornalista Mário Vianna, o Guia Gay São Paulo reúne 125 endereços para o público gay paulistano se divertir, e vai além das saunas e motéis, incluindo cinemas e até ONGs

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Por Agencia Estado
Atualização:

São Paulo saiu definitivamente do armário. Essa é a impressão que fica quando se folheia o Guia Gay São Paulo, que foi lançado ontem no restaurante Vermont e vai ajudar o público GLS a encontrar os lugares certos para se divertir. Editado pelo jornalista Mário Vianna (ex-editor do caderno de turismo do Estado de S. Paulo), a publicação mapeia a vida gay em São Paulo com uma listagem de 125 endereços recomendados tanto para homens como para mulheres. No roteiro, pode-se encontrar desde as tradicionais saunas até restaurantes, ONGs e motéis. "É um trabalho de abordagem totalmente jornalística em que evitamos cair no ´achismo´ e no engajamento gratuito", explica o editor, que foi convidado pela editora Manchete para chefiar o projeto, que já estava em desenvolvimento por um grupo de cinco estudantes da faculdade Cásper Líbero. "Em dois meses, fizemos todo o trabalho de reportagem e edição." Entre um serviço e outro, o guia mostra também o depoimento de personalidades com suas dicas de lugares preferidos. Recomendado pela atriz Bárbara Paz, pela jornalista Milly Lacombe e pela psicóloga Ângela Prado, o restaurante Ritz ficou de fora do guia a pedido de seu proprietário, Sérgio Kalil - que também é dono do Spot, outro endereço excluído da listagem. "Ele pediu e nós respeitamos. Mas acho estranho, pois o público deles é majoritariamente gay", diz Mário Vianna. "Restaurante não é como boate, não dá para delimitar um público. Mas quero ter a clientela gay para o resto da vida porque é tudo de bom", justifica Kalil. O próprio editor do guia concorda com o proprietário do Ritz nesse aspecto. "Discordo um pouco do rótulo ´restaurante gay´. É diferente de uma sauna, por exemplo, que quando é gay é só gay mesmo. Ninguém entra lá por acaso", admite. As saunas, aliás, receberam atenção especial no roteiro. Ao todo, 16 são recomendadas. Em quantidade, só tem menos citações que os bares (com 19 sugestões) e que as casas noturnas (25). O guia recomenda ainda 13 restaurantes, 12 programas e eventos, cinco hotéis, 13 motéis, sete cinemas, oito ONGs e sete agências de turismo. Alguns dos eventos recomendados já se tornaram tradicionais na cidade. A Parada do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros), por exemplo, atraiu surpreendentes 400 mil pessoas em sua 6º edição, no ano passado. Outros programas continuam restritos a um público menos numeroso e primam por um caráter mais intimista. São os casos do Sarau Umas & Outras e da happy hour Gay. O primeiro é dedicado exclusivamente às meninas e acontece todo 3º sábado do mês - com discussão sobre lesbianismo e leitura de textos. A happy hour, que já chegou a atrair 300 pessoas, acontece nos shoppings Metrô Tatuapé (às segundas, a partir das 18h), Metrô Santa Cruz (às quintas, a partir das 18h) e Paulista (aos domingos, a partir das 15h).

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