Gui Amabis lança 1º álbum solo com show em SP

Produtor de trilhas sonoras para cinema e TV lança seu primeiro disco 'Memórias Luso/ Africanas'

PUBLICIDADE

Por AE
Atualização:

Existe um legado ancestral de histórias e sonoridades concentrado no disco Memórias Luso/Africanas, o primeiro solo do músico e produtor paulistano Gui Amabis, que se apresenta amanhã e quarta-feira, na Sala Crisantempo, com participações especiais de Céu, Criolo, Lucas Santtana, e Tulipa Ruiz. Nesse pequeno relato autobiográfico, ele investiga suas próprias origens. Daí a conexão - no título e nas faixas - estabelecida com portugueses e africanos. Sua avó materna, portuguesa, veio ao Brasil com 18 anos, depois da Primeira Guerra Mundial, com pais e irmãos. Foram trabalhar numa fazenda no interior de São Paulo, mas logo se mudaram para a capital, onde a avó conheceu o marido, também português.Já seu pai nasceu de uma mistura de brancos e negros - o bisavô era filho de escravo, nascido no ventre livre. Os escravos costumavam ser chamados pelo sobrenome de seu dono, para mostrar a quem pertenciam. O bisavô não quis perpetuar a herança e modificou seu sobrenome para Amabis (amável). Gui cresceu ouvindo essas e outras histórias da avó, dona Firmina dos Prazeres Machado, a quem ele dedica o disco. Por meio dela, o músico estabelecia um elo forte com seus antepassados. Mas também testemunhou aquela mulher cheia de memórias perdê-las progressivamente por causa do mal de Alzheimer. "Foi muito triste. Ela sofreu muito, assim como as pessoas que estavam à sua volta", lembra Gui. D. Firmina morreu aos 83 anos, em 2006. Em 2007, o músico começou a pensar em como aproveitar aquela bagagem. De repente, viu-se com cinco músicas que, sem premeditar, faziam parte de um mesmo universo. Depois, já pensando num álbum, compôs outras cinco. Gui decidiu não fazer dessa saga luso-africana uma empreitada solitária. Em Memórias Luso/Africanas, está cercado de amigos como Thiago França (sax tenor), Curumin (bateria), Maurício Alves (percussão), Rodrigo Campos (violão) e Dengue (baixo elétrico). O próprio Gui assina a produção, além de aparecer em guitarra, teclado, baixo, violão, voz e programação. De Criolo, Gui já havia ouvido falar, mas só conheceu pessoalmente por intermédio de um amigo. Desse encontro, nasceu a parceria nas faixas Orquídea Ruiva e Para Mulatu, com Criolo cantando nas duas canções.Hoje aos 34 anos, Gui Amabis tem uma carreira reconhecida como autor de trilhas sonoras para cinema, como em Quincas Berro D'Água e Bruna Surfistinha, e séries de TV. "Nesse meu disco solo, eu trago toda a experiência aprendida fazendo trilhas: gravação, produção, como montar arranjos", afirma Gui. "Como não tinha ninguém me bancando, fiz muita coisa sozinho. Essa música vai ficar bonita na voz da Tulipa. Esta outra, na de Lucas Santtana. Assim como acontece nas trilhas, em que você acaba pensando em quem vai chamar e como tirar o melhor dos cantores", explica. As informações são do Jornal da Tarde.Show de lançamento de Memórias Luso/Africanas - Sala Crisantempo (Rua Fidalga, 521, Vila Madalena). Tel. (011) 3819-2287. Amanhã e quarta-feira, às 21h. R$ 30.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.