Guggenheim ainda não descarta Recife

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Por Agencia Estado
Atualização:

Embora a prefeitura do Rio tenha informado ontem que a cidade será a sexta do mundo a receber uma filial do Guggenheim, a assessoria da fundação, em Nova York, não só nega a definição como ainda recoloca Recife na disputa pelo cobiçado museu. Conforme nota oficial da Solomon R. Guggenheim, assinada pela assessora de imprensa Betsy Ennis, a instituição ainda está "estudando a possibilidade" de criar o Guggenheim-Rio. Mas as iniciativas ainda estão na fase da discussão de um estudo de viabilidade, e envolvendo autoridades tanto no Rio de Janeiro como no Recife. Depois de formalizado qualquer acordo, a assessora diz que sua conclusão ainda levará cerca de nove meses. A proposta do estudo é determinar se há alguma "facilidade cultural", além de uma estimativa de custos, que favoreça a opção por Rio, Recife, ou nenhuma das cidades. Segundo reportagem publicada hoje pelo jornal The New York Times, escrita por Celestine Bohlen, o museu passa pela maior crise de sua história. A sede do Guggenheim, na 5ª avenida de Nova York, amarga uma queda de 60% no número de visitantes, o rendimento caiu pela metade e 80 funcionários, um quinto do número total de empregados, foram dispensados na última sexta-feira. Além do corte (estima-se que ainda possa atingir 40% da fundação), o museu reviu a programação de mostras adiando as exposições de Matthew Barney e Kasimir Malevich. A filial do SoHo, ainda em Nova York, será fechada no final do ano e o site da instituição (guggenheim.com - que custou US$ 20 milhões) ainda está no prejuízo, esperando novo aporte de capital. As últimas experiências do Guggenheim mostraram-se vulneráveis. São dois novos minimuseus em Las Vegas, um deles, construído em parceria com o State Hermitage Museum da Rússia, abriu as portas no fim de semana em que a guerra no Afeganistão começou e teve uma visitação 40% menor do que a estimada. Os críticos do museu, e do sistema administrativo adotado por Thomas Krens, diretor da fundação, dizem que o projeto de abrir filiais e minimuseus pelo mundo não passa de manobra para regularizar o caixa Os valores anunciados pela prefeitura do Rio de Janeiro dão uma mostra disso. Os estudos de viabilidade (que não garantem a construção do museu) custarão US$ 2 milhões (e não serão devolvidos). Se for comprovada a "viabilidade", a prefeitura carioca deverá conseguir mais US$ 100 milhões para dar ao Guggenheim. A fundação abriu, nos últimos anos, filias na Espanha, Alemanha, Itália e três minimuseus nos EUA.

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