Guarda-roupa de Jackie arranca suspiros

A exposição de roupas e acessórios da ex-primeira-dama no Museu Metropolitan, em Nova York, reacende fascínio pelos Kennedy

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Por Agencia Estado
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As filas para a exposição Jacqueline Kennedy: Os Anos de Casa Branca, no Metropolitan Museum of Art, em Nova York, serpenteiam pelo saguão até chegar à galeria de arte asiática, onde um funcionário do museu tentava encontrar uma maneira de enroscar as filas em volta dos dois grandes Budas. "Eu pensei que pudesse fazer isso com mais calma", diz um assistente de segurança do museu, enquanto desenrolava uma fita sinalizadora. Ele consegue terminar bem a tempo para receber a nova leva de visitantes que passarão a próxima hora e meia esperando para ver a exposição de Jackie. A mostra, inaugurada dia 23 de abril com coquetel de gala só para os membros associados, e em 1º de maio para o público, vem atraindo multidões e quebrando recordes. Kathleen Arffmann, a gerente de Serviços de visitantes, observa que a exposição - que inclui roupas e acessórios, fotografias e vídeos - atraiu uma multidão de visitantes atípica para essa época do ano. 600 catálogos por dia - O primeiro recorde foi batido nos dias 27 a 29 de abril, quando 24 mil visitantes lotaram as nove salas da exposição, muito mais do que os usuais números registrados em fins de semanas normais. Em seu primeiro mês, a exposição atraiu cerca de 112 mil pessoas. O catálogo da exposição sobre Jackie Kennedy - US$ 50 em capa dura e US$ 35 em brochura - estão sendo vendidos em uma média de 600 exemplares por dia e já estão na segunda edição. O CD com suas músicas prediletas já vendeu 2 mil cópias. A exposição Jacqueline Kennedy... não é exatamente arte, mas é mais que só roupas. A mostra exalta o poder que o nome Kennedy exerceu sobre livros, filmes, televisão e coberturas na mídia. Sua combinação de história e estilo é o tipo do pacote que ajuda a manter a lenda Kennedy viva. Estilo copiado - A exposição fez alguns americanos chorar. Eles se emocionam só ao ver fotografias e filmes de Kennedy em seus discursos ou a primeira-dama desfilando sua classe em visitas presidenciais."Minha mãe se vestia como ela, combinando as luvas e o chapéu", disse Sandy Linter, uma maquiadora que lembra ter escrito, aos 13 anos, uma carta de fã para Jackie. Se Jacqueline Kennedy... entrará ou não para a categoria dos maiores sucessos é outra questão. Os grandes campeões, como a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, de 1962, e a exposição de King Tut, considerada a maior da história do museu, com 1,2 milhão de pessoas, continuam imbatíveis. Durante os últimos anos, os campeões de audiência do Metropolitan foram a exposição Magritte, de 1992, e As Origens do Impressionismo, de 1994. Em 1996, Esplendores da China Imperial recebeu por volta de 7 mil pessoas por dia. Mas os Kennedy, dizem os organizadores da exposição, são um fenômeno incomparável a qualquer outro da história americana recente, em termos do fascínio que exercem sobre o público. Se restasse alguma dúvida, era só ver a fila diante do Met.

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