Grupo influenciou arte pós-moderna

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Por Agencia Estado
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O Cobra também antecipou o que vinha pela frente. "Há nessas telas resíduos de tudo o que aconteceu depois na pintura; vemos aí o prenúncio da ação, da matéria, da releitura", acrescenta o curador. "A distância no tempo só torna essa pintura mais densa", diz. Em termos estritos, o grupo durou pouco tempo, mas muitos acreditam que há algo de sua infuência no trabalho de artistas como Antônio Bandeira e até mesmo Jackson Pollock, mesmo que eles nunca tenham entrado no movimento. São impressionantes as associações entre a figuração - já engessada por um certo academicismo - e a expressividade do abstracionismo exploradas por Asger Jorn. Nessas obras sentimos os ecos de mestres como Picasso, Miró ou Brancusi, afinal, os fundadores do grupo também viveram a efervecência da escola de Paris. Mas, segundo Araújo, o mais interessante é que eles estabeleceram um diálogo com a arte em geral, não apenas com os grandes mestres, mas com a arte africana, primitiva. "Eles voltaram às raízes do mundo", afirma. Um exemplo claro desse resgate das culturas ancestrais, situadas além das fronteiras asfixiantes da Europa, são as máscaras de Egill Jacobsen. Inicialmente marcado pelo realismo socialista, ele se encantou com Picasso (cujo trabalho descobriu em viagem feita em 34 a Paris) e passou a desenvolver uma obra ao mesmo tempo dramática e libertária.

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