PUBLICIDADE

Grupo Estelar de Teatro estréia nesta sexta <i>Alice</i>

Peça que entra em cartaz sábado no Teatro Júlia Bergmann é uma criação que faz jus a termos como ?experimental? ou ?cena alternativa?, sem carga pejorativa

Por Agencia Estado
Atualização:

Bastante comum em jovens é a convicção de que o mundo começa a partir de suas existências - o que foi feito lá atrás, pouco importa. Sem dúvida não é esse o caso dos integrantes do recém-formado grupo Estelar de Teatro, que foram buscar na literatura mundial paralelos com as suas inquietações. O resultado está no espetáculo Alice, peça de Viviane Dias que estréia sábado no Teatro Júlia Bergmann, sob direção de Ismar Rachmann, com Liana Poiani, Alexandra Tavares, Mel Ciocolato, Ubiratan Honoratto e também a autora no elenco. Alice é criação que faz jus a termos como ?experimental? ou ?cena alternativa?, sem qualquer carga pejorativa. Como conta Viviane Dias, o texto começou a ser forjado no centro de formação do Teatro Ágora, onde ela já levou ao palco outros trabalhos, entre eles BarGaia e Em Alguma Margem, no Rio. "Alice dá continuidade à pesquisa sobre o teatro narrativo que iniciei no Ágora. Quando saí de lá juntei-me com outros integrantes da Estelar (o diretor e a sonoplasta Aline Meyer incluídos) e desde junho do ano passado a gente vem trabalhando sobre esse espetáculo." No palco, uma jovem dorme entre livros. É acordada por alguém que a ameaça sem que ela consiga saber a razão - como no romance O Processo, de Kafka. A partir daí, ela vai se debater com dúvidas, cobranças, perplexidades, que sempre vão remeter a platéia a obras de diferentes autores, citados nominalmente ou não, desde Lewis Carrol e Thomas Mann - lembrados já no nome da protagonista, Alice Canstorp - passando por contos do argentino Jorge Luis Borges e da brasileira Clarice Lispector, entre muitos outros. "Achamos muito importante não reinventar a roda. Se esses autores, antes de nós, pensaram sobre muitas inquietações que são também as nossas, por que não dialogar com eles?", pergunta Viviane. Alice, a personagem central, é uma mulher na faixa dos 30 anos. "Ela já viveu o suficiente para ter feito escolhas e acumulado experiências. Ao mesmo tempo, é jovem o suficiente para mudar de rumo. Cada um dos textos escolhidos remete à mesma idéia, uma espécie de alerta: acorda Alice, veja o que está fazendo da vida." Mas Viviane ressalta que não há no palco a pretensão de apontar caminhos. "Só tentamos mostrar que há outros caminhos para o conhecimento para além do racional." Alice. 60 min. Teatro Julia Bergmann/ Sala Trapézio Dona Joana (25 lug.). R. Cruzeiro, 256, 3392-4240. Sáb., 21 h; dom., 20 h. R$ 20. Até 8/4

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.