Grupo Corpo faz 30 anos e apresenta "Onqotô"

Com trilha composta por José Miguel Wisnik e Caetano Veloso, o espetáculo traz os bailarinos dançando questões existenciais

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Por Agencia Estado
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"O que dizer sobre os 30 anos do Grupo Corpo? Que estamos como em Onqotô, sempre com as mesmas perguntas: Onde estou? Para onde iremos?", diz o coreógrafo Rodrigo Pederneiras. O Corpo estréia hoje em São Paulo Onqotô, para celebrar o aniversário da companhia, com trilha composta por José Miguel Wisnik e Caetano Veloso. Para completar o programa, a abertura terá a apresentação da romântica Lecuona. Em Onqotô, os bailarinos dançam questões existenciais que nos perseguem desde sempre. O título é uma brincadeira com o jeito mineiro de perguntar: onde estou? Inspirado pelas músicas que falam da criação do universo e das origens da humanidade, Rodrigo explora os movimentos horizontais. "Essa busca pelas raízes está refletida na coreografia, quando os bailarinos ficam mais próximos do chão. Em outro momento, todos estão muito próximos, dando a sensação de enclausuramento", explica. "Onqotô é um trabalho dramático, que possui um lado de extrema delicadeza e outro de forte violência, por tratarmos da solidão do homem diante do universo." Como é de praxe, o espetáculo é uma criação conjunta. A iluminação de Paulo Pederneiras brinca com a percepção do público. Freuza Zechmeister usa os figurinos para mostrar, em primeiro momento, o nadinha que é o homem. "No início, bailarinos e cenário se fundem, o que eu chamo de buraco negro. Todos vestem preto, um único bloco sem forma. Depois, humanizo os intérpretes. Surgem as cores, que criam volumes no espaço", diz. Depois de São Paulo, Onqotô vai para Rio, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre. Grupo Corpo - Teatro Alfa. Rua Bento B. de Andrade Filho, 722, 5693-4000. Quarta e sábado, 21h; domingo, 18h. R$ 30 a R$ 70.

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