
07 de março de 2012 | 03h10
É a quarta visita ao País, lembra vagamente o simpático e avoado Rhys, ainda sob o jet lag de um voo que chegara a São Paulo na segunda-feira de manhã. Esta ética de combinações inusitadas traz Rhys ao País para um show com John Ulhôa e Fernanda Takai, do Pato Fu, hoje, no Studio SP (Rhys fará também um show solo na quinta-feira). "Acho que vamos brincar de trocar músicas", conta Rhys. "Talvez toquemos algumas músicas do Pato Fu em inglês, e outras do Super Furry, em português", diz, com uma risadinha.
A conexão Brasil-País de Gales data do início dos anos 2000. Rhys não lembra ao certo quando, mas sabe que estava mixando o seu quinto álbum, Rings Around the World, em um estúdio em Londres, e trocou discos com os brasileiros. Desde então, manteve contato, embora aos 41anos, leve uma vida mais tranquila do que na época.
"Hoje em dia, a única forma de ganhar dinheiro é fazer turnês constantemente. Eu toquei com o Super Furry na quarta-feira passada, mas estamos mais calmos, não viajamos tanto", explica. "A vida de turnê era muito hedonista. Agora estou casado, tenho filhos, valorizo o tempo que passo com minha família, em Cardiff." A desaceleração de Gruff Rhys se reflete em seus últimos discos, como Shampoo Hotel, em que parece ter simplificado o seu modo de encarar composições. "Eu passei tanto tempo em estúdios trabalhando no limite, que, por um tempo, a ideia de fazer discos que não chegassem a esse nível não seria uma coisa boa. Mas hoje em dia estou contente em trabalhar em termos mais simples, confortáveis", diz.
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