Greve fecha Museu Britânico

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Pela primeira vez em quase 250 anos de história, o Museu Britânico enfrenta uma greve. Os funcionários da instituição organizaram um protesto em frente ao museu, em Londres, que não abriu as portas hoje. Eles entregaram panfletos aos passantes explicando a razão da greve de um dia: um plano de corte de pessoal. ?A maioria das pessoas entendeu as razões da greve e nos apoiou?, disse o porta-voz do sindicato dos trabalhadores em serviços públicos e comércio, que preferiu não revelar seu nome. Nada menos do que 85% dos filiados a duas centrais sindicais da Inglaterra votaram a favor de ações políticas contra o plano de 150 demissões no Museu Britânico, que atrai até 20 mil pessoas por dia mas enfrenta dificuldades financeiras. John Monks, secretário da Trades Union Council, uma das centrais sindicais inglesas, disse que os funcionários relutaram em parar o Museu Britânico, do qual segundo Monks eles são orgulhosos. ?Isso mostra o quanto eles estão insatisfeitos com os cortes de pessoal e o conseqüente corte se serviços do museu?, disse ele, pedindo também que a direção do museu pense mais uma vez sobre as demissões. Em abril deste ano, o Museu Britânico anunciou cortes de pessoal para os próximos dois anos para fazer frente a um déficit orçamentário estimado em mais de US$ 7 milhões em 2004 e 2005. Na ocasião, a direção do museu declarou que não pretendia fazer demissões em massa em sua equipe de 1.100 pessoas. As alternativas seriam demissões voluntárias e aposentadorias, sem desfalcar parte de sua coleção de arte nem alterar horários de funcionamento. O Museu, que vai celebrar seus 250 anos em 2003, encurtou o horário de visitação de 23 de suas 94 mostras permanentes para economizar. Algumas destas exposições ficam abertas apenas três horas e meia por dia. As finanças do museu foram fortemente abaladas depois que os atentados terroristas do ano passado nos EUA diminuíram o fluxo de turistas na Inglaterra. Além disso, a incapacidade do governo inglês em fazer frente a despesas e a não cobrança de entradas ? prática adotada desde 1759, ano de abertura do museu ? também criaram dificuldades. Sem cobrar entradas, o Museu Britânico, um dos maiores e mais antigos do mundo, depende de verbas públicas e também angaria dinheiro através de doações, vendas de souvenirs, restaurantes e cafés.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.