Greve dos roteiristas dos EUA ameaça a festa do Oscar

Academia de Ciências e Artes Cinematográficas mostra otimismo; sindicato mantém boicote

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Por AE
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A greve dos roteiristas norte-americanos, que já conseguiu cancelar a cerimônia de premiação do Globo de Ouro, ameaça a festa mais popular do cinema, o Oscar. Embora os diretores da Academia de Ciências e Artes Cinematográficas tentem demonstrar otimismo em relação à cerimônia do dia 24 de fevereiro, o sindicato da categoria já anunciou que não permitirá que seus membros escrevam os textos do evento. Muitas estrelas de Hollywood já aderiram ao movimento e podem simplesmente boicotar a festa, além do fato de que o apresentador da cerimônia é o comediante Jon Stewart, filiado ao sindicato e considerado um esquerdista em Hollywood. Desde que a greve dos roteiristas começou, em 5 de novembro, Stewart cancelou seu programa, The Daily Show. Ninguém acredita que ele vai furar a greve agora. Então, como fica o Oscar sem roteiro, sem estrelas e, provavelmente, sem apresentador? Na TV, reprises e reality shows já estão tapando o buraco nas programações. Logo após o início da paralisação, o talk show Late Show With David Letterman saiu do ar em apoio à manifestação. Também não demorou para que seriados de sucesso começassem a sentir a falta de seus escritores. Desperate Housewives, Heroes, Ugly Betty e outros vêm se segurando graças ao estoque de episódios pré-gravados. No cinema, as produções de filmes, como a nova seqüência dos X-Men, podem ser afetadas. Fura-greve O apresentador Jay Leno foi um dos poucos fura-greves. Recentemente, Leno voltou a apresentar seu Tonight Show. Para que isso acontecesse, ele teria redigido seu próprio monólogo de abertura - o que, segundo o sindicato, constituiu uma violação das normas da greve. Alguns atores já estão se recusando a participar do Tonight Show em solidariedade. O concorrente mais direto de Leno, David Letterman, conseguiu um acordo com o sindicato dos roteiristas e já está sendo exibido normalmente. Com o cancelamento da festa do Globo de Ouro, que virou uma coletiva de imprensa no próximo domingo, o movimento grevista ganhou mais força. Tudo indica que estúdios e produtoras terão de ceder às principais reivindicações, que inclui aumento de ganhos com mídias alternativas, como download de internet. Existem estimativas de que o prejuízo no mundo do entretenimento possa ser maior do que os US$ 1 bilhão estimados.

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