Gravuras de Baselitz chegam à cidade

O Museu da Faap expõe uma seleção de 81 trabalhos de Georg Baselitz, que refletem a força expressiva da obra do prestigiado artista alemão durante quase três décadas

O Museu da Faap inaugura nesta terça-feira uma seleção de gravuras de Georg Baselitz, que retraça por meio de 81 trabalhos a força expressiva da obra do prestigiado artista alemão durante quase três décadas. Buscando encontrar um caminho próprio em meio aos "ismos" que dominaram fortemente sua geração, Baselitz encontrou seu rumo no fio da navalha entre a figuração e a abstração, estabelecendo em suas obras uma forte metáfora para seu tempo. Em vez de banir a figura humana e entregar-se à arte formalista, o artista nascido na República Democrática Alemã em 1938, mas que se mudou para o Ocidente aos 20 anos de idade, continuou colocando o homem no centro de sua obra, mas liberou a representação de qualquer outro conteúdo que remetesse à vida real. "Sempre detestei o nebuloso arbítrio da teoria da pintura sem objetos", afirma ele em entrevista reproduzida no catálogo da exposição. Georg Baselitz - Obras Gráficas de 1965 a 1992 é uma iniciativa do Instituto Goethe que vem itinerando por várias cidades latino-americanas. Antes de São Paulo, a mostra pôde ser vista no Rio, e, em fevereiro, ela segue para Salvador, Curitiba e Porto Alegre. Reforçando uma visão angustiada do homem moderno, o artista, que nasceu sob os terríveis auspícios da 2.ª Guerra Mundial e desenvolveu-se em uma nação cortada em dois, promove uma inversão curiosa ao colocar recorrentemente a figura humana de cabeça para baixo: "A inversão dos motivos me deu a liberdade de me ocupar criticamente de problemas pictóricos", explica ele encontrando uma explicação formal para as cenas opressivamente vazias de conteúdo que servem de palco para suas figuras míticas. Georg Baselitz - Gravuras dos Anos 1965 a 1992. De terça a sexta, das 10 às 21 horas; sábado, domingo e feriado, das 13 às 18 horas. MAB/Faap. Rua Alagoas, 903, tel [phone] r. 1123. Até 4/2