Em um vídeo preto e branco com baixa definição, como se fosse a imagem de uma câmera de segurança, pode-se perceber o corpo musculoso do rapper 50 Cent destruindo dezenas de televisores com um bastão de beisebol. Mensagem nada sutil, o clipe é parte de uma campanha publicitária do Universal Music Group, parte da Vivendi, que comprou o controle da operadora brasileira GVT, e da Sony Music Entertainment, dois gigantes da música que esperam que o site Vevo.com elimine a televisão como local preferido do público para videoclipes de música. O Vevo oferece música da Universal e da Sony, bem como da EMI Music, e programação das estações de rádio da CBS e da Last.fm, também controlada pela CBS. No total, cerca de 30 mil vídeos estão disponíveis. A ideia é criar uma MTV para a era digital, um site de música no qual todos os vídeos recentes e antigos possam ser encontrados. O modelo de negócios é semelhante ao do Hulu, o popular site de filmes e música. A estreia do Vevo surge em um momento de rápida queda de receita e lucros para as gravadoras, devido ao impacto combinado da queda da venda de CDs, pirataria online e evolução dos métodos pelos quais os fãs podem descobrir música nova. Além disso, a MTV Networks, controlada pela Viacom, já não é mais considerada como veículo importante para videoclipes musicais, e embora o YouTube, do Google, se tenha tornado ferramenta importante para as gravadoras no que tange a revelar música, não foi capaz de atrair verbas publicitárias fartas. Mas o Vevo conseguiu conquistar algumas das marcas de prestígio que preferiram evitar o YouTube e seu conteúdo aleatório criado por usuários. Isso se deve em larga medida ao alto valor de produção de seus vídeos e aos artistas conhecidos que os estrelam. Na verdade, o Vevo foi lançado com o apoio de quase 20 novas parcerias publicitárias com nomes que incluem Colgate-Palmolive, MasterCard, McDonald's e AT&T. Eles pagarão um preço quase premium da ordem de 20 a 45 dólares por mil visitantes, disse Rio Caraeff, presidente-executivo do Vevo, em entrevista. "Estamos oferecendo aos anunciantes oportunidades que eles não encontrariam em qualquer lugar", disse Caraeff, que contratou mais de duas dúzias de executivos para vender publicidade.