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Globo adia volta de Gilberto Braga

O autor, que retornaria às novelas após O Clone, terá de esperar. Sua nova trama só irá estrear depois de Uê, Paisano, continuação de Terra Nostra

Por Agencia Estado
Atualização:

A Globo mudou seus planos para o horário das oito em 2002. Como Uê, Paisano, continuação de Terra Nostra, escrita por Benedito Ruy Barbosa, foi antecipada e será exibida depois de O Clone, a novela de Gilberto Braga e Sérgio Marques passou para o segundo semestre do ano que vem. A novidade surpreendeu os dois autores, que já tinham apresentado a sinopse preliminar da trama à emissora. "Ela foi lida e obteve reações positivas. Agora, teremos mais tempo para entregar a definitiva, o que deve acontecer até o fim do ano", conta Sérgio Marques, acrescentando que não deverão ser feitas grandes modificações na sinopse original, já que a cúpula da emissora gostou do que leu. Ainda sem título, a história tem como ponto de partida "tudo o que as pessoas podem fazer para alcançar o sucesso" e, como no Brasil de hoje, todo mundo vira celebridade da noite para o dia. "Os 15 minutos de fama a que todos teriam direito não é mais no futuro: é agora. O melhor título para a novela seria ´Fama´, mas é impossível porque já existe o filme", explica o autor. E na hora de fazer uma crítica aos loucos pelo estrelato, nem que seja momentâneo, sobra para a mídia impressa também. "Falaremos de um certo tipo de revista, que só vive disso", adianta Sérgio. No bochincho da redação da Fama conviverão jornalistas e candidatos a figurar nas páginas recheadas de reportagens "leves", gente que faz qualquer coisa para ter seu retratinho impresso. "Haverá alguma coisa sobre TV, mas a mídia impressa nos interessa mais." Ética - Segundo Sérgio Marques, a idéia dos autores não é criar controvérsia nem criticar o trabalho de ninguém: "Pode até gerar uma certa polêmica, mas não é isso o que queremos. A idéia é discutir algo que é muito comum nos dias de hoje - o que é legítimo se fazer para alcançar a fama. Passa até por uma discussão ética. Esperamos algo instigante, mas nada que constranja ou critique quem quer que seja". Para não ficar em cima de perfis de figurinhas conhecidas pelo público como arroz-de-festa, ninguém será reconhecido na trama como pessoa da vida real. Os doidos pela fama serão tipos bem específicos. "Claro que grande parte desse núcleo vai transitar pela comédia. Serão personagens caricaturais. Os outros têm boa carga dramática e vivem histórias bem diferentes", comenta Sérgio, frisando que a novela não será cômica. Na verdade, a trama tem como protagonistas apenas três pessoas: dois homens e uma mulher, que, diferentemente dos folhetins tradicionais, não formam um triângulo amoroso. "Não posso contar muitos detalhes. Só que o casal principal, Maria Clara e Fernando, terão dificuldades em se relacionar porque ela é uma empresária do setor artístico, na faixa dos 35 anos, muito bem resolvida e feliz. Enquanto ele, que tem mais ou menos a idade dela, é empresário de outra área, mas com tendências artísticas, e vive se questionando se deve abandonar tudo ou continuar ganhando muito dinheiro. Essa indefinição o leva a criar obstáculos nessa relação", conta o autor.

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