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"Giselle" é desafio à interpretação de bailarinos

Por Agencia Estado
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Em 1841, o poeta Théophile de Gautier, apaixonado pela bailarina Carlotta Grisi, escreveu uma das obras-primas do balé romântico, Giselle. Jean Coralle e Jules Perrot receberam a incumbência de transformar o texto numa coreografia, que foi apresentada pela primeira vez na Ópera de Paris. Mais de 150 anos depois, o clássico ganha nova montagem do Grupo Especial de Danças Clássicas de São Paulo, e será apresentado no Teatro São Pedro, de amanhã a domingo. O balé conta a história do príncipe Albert, que se disfarça de camponês e assume o falso nome de Loys para cortejar a jovem camponesa Giselle. Hilarion um amigo de infância e pretendente ao amor da moça tenta desmascarar Albert, mas ela prefere acreditar no amor e sinceridade do falso Loys. Com a chegada da comitiva com a noiva do príncipe, Hilarion consegue desmascarar o seu rival - ele mostra o brasão da nobreza desenhado na espada de Loys, ou melhor, de Albert. Bathilde dá o golpe de misericórdia, confirmando o seu noivado. Ao saber que ele havia marcado casamento com a duquesa e descobrir a verdadeira identidade de seu amado, Giselle desespera-se, enlouquece e se suicida, cravando a espada de Albert no ventre. O segundo ato começa com Hilarion fazendo uma vigília sobre o túmulo de Giselle. Após a morte, ela foi levada ao reino das willis, o lugar para onde os espíritos dessas donzelas que morreram antes do dia do casamento, enganadas por seus pretendentes, são levadas e mantém, vivo, o desejo de dançar. Quando soa meia-noite, elas se materializam e a rainha Mirtha aparece com seu séquito, para os ritos de iniciação de Giselle. Cheio de remorsos, o príncipe coloca lírios no túmulo e depara-se com as willis, que costumam sair de seus túmulos nas noites de luar e percorrer a floresta à espreita dos rapazes que estão por ali, obrigando-os a dançar até a morte. Myrtha, a rainha dessas ninfas não perdoa Albert, condenando-o à morte, e Giselle, ao perceber a situação, vem ao socorro de seu amado. Ao amanhecer, elas voltam para os túmulos e o príncipe consegue partir levando consigo o seu remorso. De acordo com a diretora do Grupo, Aracy de Almeida, a idéia ao apresentar Giselle integralmente em São Paulo é resgatar o legado cultural do balé clássico e levar o universo romântico ao público. Além do mais, essa peça é considerada um verdadeiro desafio para os bailarinos, pois exige precisão técnica e interpretação dramática. Elenco jovem - Diante dessas qualidades e singularidades, a obra foi escolhida pelo grupo com a intenção de abrir espaço para o elenco jovem - revelar nomes novos tornou-se uma característica do grupo. Essa nova montagem é assinada por Guivalde de Almeida e Jorge PeÏa e conta com um corpo de baile com 70 bailarinos entre 15 e 30 anos. A cenografia foi feita por Guivalde Bononi e os figurinos estão sob a responsabilidade de Maria Lopez Garcia. O espetáculo foi orçado em R$ 10 mil, sem recursos particulares. Giselle - Com o Especial Grupo de Danças Clássicas de São Paulo. Sexta e sábado, às 20 horas; domingo, às 17 e 20 horas. R$ 10,00. Teatro São Pedro. Rua Barra Funda, 171, tel. 3667-0499

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