Gilles Lapouge é premiado na França

Gilles Lapouge ganhou o prêmio por todos os seus trabalhos, com destaque para o livro mais recente, Missão de Fronteiras, romance que se passa na Amazônia

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Por Agencia Estado
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O escritor e jornalista Gilles Lapouge, correspondente do Estado em Paris, foi agraciado com o Grande Prêmio da Academia Francesa, um dos mais prestigiosos prêmios literários da França, outorgado por um júri constituído por acadêmicos que formam o Comitê de l´Academie Française. Entre os membros do júri que participaram dessa escolha encontram-se nomes de acadêmicos prestigiados: Claude Levi-Strauss, Bertrand Poirot Delpeche, Eric Orsenna, Maurice Druon e Michel Deon. O prêmio foi concedido a Lapouge pelo conjunto de sua obra, mas levando em conta seu livro mais recente, A Missão de Fronteiras (Albin Michel), um romance de aventuras barroca em que História e ilusão se confundem, inspirada numa longa viagem feita pelo autor pelo interior da Amazônia. O anúncio do prêmio foi feito pela escritora e acadêmica Helene Carrére D´Encausse, secretária perpétua da Academia Francesa. A entrega do prêmio está marcada para 6 de dezembro, durante reunião solene da Academia Francesa. Essa não é a primeira vez que a obra de Gilles Lapouge é reconhecida. Em 1989 ele recebeu o Prêmio Goncourt, narração histórica, com o livro Les Folies Koenigsmark; em 1991, o prêmio Femina de ensaios com Utopias e Civilizações; em 1995 , o Prêmio Pierre I de Mônaco com Incêndio de Copenhague; e , mais recentemente, em 1996, Grande Prêmio de Ensaio da Sociedade de Letras, com o livro O Ruído da Neve. Missão das Fronteiras conta a história da descoberta pelos brasileiros, há alguns anos, no fundo da Floresta Amazônica, uma pedra marcando a fronteira do Reino de Portugal e as possessões espanholas. Ninguém sabe como essa imensa pedra pode ser transportada das montanhas portuguesas até os confins da Amazônia. Permaneceu perdida no fundo do Rio Negro durante três séculos, até ter sido recuperada durante o regime militar e levada para os jardins do Itamarati, onde se encontra atualmente. Lapouge revela que durante muito tempo imaginou essa tropa de soldados patinando no barro desse grande rio. Encerrada a missão, abandonaram a floresta e caminharam na direção dos subterrâneos, sob São Luís, à beira do oceano, onde participaram de pequenas guerras e embarcaram em navio-pirata. Os críticos franceses se encarregaram de consagrar a nova obra de Gilles Lapouge. Na Quinzena Literária, Nicole Casanova escreveu: "É melhor não ficar contando todos os qualificativos e exprimindo o entusiasmo pela obra, mas sim permanecer lendo e devorando as páginas de um prestidigitador." Para Michel Le Bris, crítico do Nouvel Observateur, existem dois Lapouges, mas "é da incandescência de um e outro que nascem os mais belos textos desse erudito do século 18I , pleno de inteligência e de humor, libertino literário de uma insaciável curiosidade, elegante e cético". Basta a frase de François Nourrissier da Academie Goncourt para definir o autor de Missões: "Lapouge é um muito, muito bom escritor." Finalmente, para o autor dessas linhas, ele é mais do que isso, excelente jornalista e escritor reconhecido, "um homem reto, integro, simples e brilhante". Clique aqui para acessar o Divirta-se on-line e conhecer o e-book de Gilles Lapouge L´Amazonie.

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