Gil inaugura no Recife a Primeira Feira Música Brasil

Em discurso, Gil contextualiza importância da cultura como mecanismo econômico

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Por Agencia Estado
Atualização:

Ficou a cargo do ministro da Cultura, Gilberto Gil, conduzir nesta quarta-feira a cerimônia de abertura da primeira edição da Feira Música Brasil, no Recife Antigo. Nos bastidores, Gil cumprimentou o dramaturgo Ariano Suassuna, que fez rápida passagem pelo evento. Com discurso pronto, Gil tinha um motivo a mais para estar presente no evento, que ia muito além de seu cargo como ministro à frente da cultura brasileira. É que a feira integra e inaugura uma das vertentes do Programa de Desenvolvimento da Economia da Cultura (Prodec), criado por seu ministério e que começa a entrar em vigor a partir de 2007, com um orçamento em torno de R$ 13 milhões. "O Minc criou o setor da economia da cultura, que abrange todos os conceitos, desde a produção no âmbito popular até atividades ligadas à nova tecnologia", disse. Para ele, essas ações não refletem uma nova gestão do Minc. "Damos continuidade a um processo que vinha sendo trabalhado nos últimos três anos." Para contextualizar toda a importância dada à cultura como mecanismo econômico, o ministro ressaltou que a música brasileira, na qual ele inevitavelmente está inserido, "é uma das maiores forças da música mundial e a maior força da Economia da Cultura no Brasil". Lembrou que o País é o décimo mercado consumidor de música no mundo e que atualmente tem um mercado interno muito forte, no qual a música brasileira domina 80% do consumo, em contraste a países da América Latina, cujo porcentual não ultrapassa a média de 5%. Citou ainda outros números, como os R$ 650 milhões que a indústria fonográfica movimentou em 2005 e os 70 milhões em discos exportados. Mas disse que muitos outros números ainda são desconhecidos e precisam virar estatística, para mostrar o quanto o segmento é forte. "Falta agregar os resultados das gravadoras brasileiras, que já conquistaram 40% do mercado; o montante gerado por direitos autorais, em licenciamentos, em veiculação digital. Os números gerados pelos estúdios, pelas vendas de instrumentos musicais." Para contornar essas lacunas no setor, ele garantiu que o Minc vai se munir de pesquisas, como a que já encomendou ao IBGE. "Contratamos o IBGE e eles já estão colhendo esses dados. É preciso conhecer a cadeia produtiva." Além de atender a imprensa, Gil permaneceu na feira para conversar com parceiros e apoiadores do evento. Ele ainda participará de outros dias da feira: no show coletivo realizado no Marco Zero, na sexta, após o arrastão de frevo, e numa conferência programada para o sábado.

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