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Gil inaugura Casa da Cultura da Rocinha

Os moradores compareceram em peso, o ministro da Cultura, Gilberto Gil, chorou, Zeca Pagodinho foi lá, prestigiar o projeto que vai dar cursos de arte e esportes para a maior favela da América Latina

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Cultura, Gilberto Gil, chorou, Zeca Pagodinho foi lá "dar uma força à iniciativa" e os moradores compareceram em peso à inauguração da Casa de Cultura da Rocinha, que vai dar cursos de arte e esportes para 400 pessoas na favela, considerada a maior da América Latina, com 200 mil habitantes. ?A comunidade está de parabéns pela mobilização e por ter conseguido unir prefeitura, Governo do Estado e Federal nesse empreendimento?, disse o ministro. ?A casa é pequena, é muito pouco, é quase nada, como diria Luiz Gonzaga, mas o que se faz aqui repercute no Brasil, como tudo que acontece no Rio. O que é bom e o que é ruim.? A Casa da Cultura, instalada na primeira construção de alvenaria da Rocinha, datada dos anos 20 e doada pela prefeitura do Rio, começa a funcionar no dia 16, centralizando 12 cursos, de balé a percussão, sem esquecer informática e grafite. Era um sonho dos moradores da favela, mas só se concretizou quando a mulher do ministro, Flora Gil buscou apoios para o empreendimento. Flora conseguiu R$ 600 mil da Petrobrás, Embratel e Unesco, para manter a Casa durante 18 meses, editando um jornal e pagando salários a 40 monitores e funcionários. ?Todo mundo será remunerado, menos eu que não tenho um cargo efetivo?, explicou ela. ?Ela faz o mesmo que a Dona Ruth quando coordenava o Comunidade Solidária. Aplaudi naquela época, acho certo a Flora usar sua influência para conseguir melhorias para esta comunidade?, completou Gil. Gil e Flora moram há 20 anos em São Conrado, bairro de classe alta entre o morro e a praia, na zona sul, mas só começaram a ter contatos quando o escritório deles, a GG Produções, mudou-se para as redondezas. ?Hoje fico mais na Rocinha, estou em falta com a minha comunidade?, brinca Flora, que ontem fazia anos e ganhou um quadro do artista Elói, da comunidade. Loteria e estatais - Antes da inauguração, Gil falou dos planos de sua pasta, lembrando que pretende implantar a loteria cultural, nos moldes da que existe na Itália, mas não acredita ser possível ainda este ano. Ele disse também que já está em contato com as empresas estatais para agilizar os patrocínios pelas leis de incentivo à cultura, mas sabe que há um tempo de espera. ?Se as estatais estão se rearrumando em função de um novo governo, essa espera tem mesmo que acontecer?, concluiu o ministro.

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