Gil diz que cenário político é de "horror"

Se a disputa política continuar monopolizando a agenda, ele diz, "melhor fechar o governo"

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Por Agencia Estado
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Se a disputa política continuar monopolizando a agenda, ele diz, "melhor fechar o governo" O ministro da Cultura, Gilberto Gil, classificou de "um horror" o cenário da política esse ano no Brasil, que, segundo ele, está condicionando tudo ao ano eleitoral e ameaçando o bom andamento das ações administrativas. Gil disse que, se tudo for se encaminhando para um cenário monotemático de disputa a qualquer custo, "melhor fechar, fecha o governo". Gil esteve ontem em São Paulo lançando o evento Teia da Cultura, que vai reunir mais de mil pequenos produtores culturais - artesãos, pintores, músicos, bonequeiros, congadeiros, grafiteiros, capoeiristas, grupos de contadores de histórias, hip-hop, samba, coco de umbigada e maracatu, cirandeiros, repentistas, indígenas e quilombolas. Será na Bienal do Ibirapuera a partir do dia 5 de abril (6 de abril para o público, com entrada gratuita). Haverá 26 estandes com produtos vindos de todo lugar do País, exposições e apresentações, programadas para ocuparem 4 salas de cinema, 2 palcos, 3 auditórios, TV e rádio alternativos e estúdios digitais. A previsão de público é de 80 mil visitantes. Segundo o ministro, o objetivo da feira é "mapear e avaliar essa economia alternativa das festas, dos artesanatos, as atividades criativas", num momento em que, ele acredita, o mundo todo convoca para que a sociedade tome em suas mãos a tarefa de revalorizar o comum, o solidário. "Tudo isso é relevante para o País", afirmou. "O ano eleitoral não pode impedir que se chame a atenção para essas questões da Nação". O ministro comentou brevemente a crise no Ministério da Fazenda, que culminou com a queda do ministro Antônio Palocci. "Ainda não", disse, sobre se estava repercutindo na rotina do Ministério da Fazenda. "Mas, se for repercutir nas nossas ações cotidianas, em breve saberemos". Os produtores envolvidos no evento integram a Rede Brasil de Produtores Independentes, o programa Economia Solidária e os 260 Pontos de Cultura que o Ministério da Cultura espalhou pelo Brasil, além de programas semelhantes do Ministério do Trabalho, do Sesc, do Sebrae, do PNUD das Nações Unidas e do Instituto Paulo Freire. A mostra tem também o envolvimento do curador Emanuel Araújo, do Museu Afro-Brasil, que organiza a exposição Desescondendo o Brasil. "A intenção disso é, além de dar visibilidade para as pessoas, mostrar o desenvolvimento dessa cultura de protagonismo, de envolvimento dos setores historicamente excluídos da cultura", afirmou o ministro, que volta a São Paulo nos dias 5, 6 e 7 para acompanhar a largada da feira. Com patrocínio da Petrobrás, a Teia da Cultura abrigará também dois seminários, um sobre Fronteiras Digitais e um outro conceitual, além de apresentações do núcleo jovem do espaço Preto Ghóez e eventos do Projeto Axé, de arte-educação.

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