
13 de dezembro de 2012 | 10h25
De maneira não linear, o livro intercala a fase do tratamento médico com lembranças do passado, desde a infância em Birigui, no interior de São Paulo, passando pela época em que trabalhava como modelo, período em que conheceu a apresentadora Marília Gabriela, com quem foi casado. Para relembrar a própria história, Gianecchini teve longas sessões de entrevista com Fiuza.
O biografado tampouco se sentiu incomodado em abordar sua intimidade. "Eu falei tudo. Não tive o menor problema. Desde o começo, a relação de confiança se estabeleceu", defende. Porém, o fato de haver figuras conhecidas nos relatos o deixou alerta. "Claro que eu tinha a prerrogativa de não aprovar. Como envolve outras pessoas, minha preocupação era não expor ninguém, nem a mim, desnecessariamente. Foi terapêutico. Quando li, não quis mudar nada."
Fiuza ficou espantado com a disposição de Giane. "Fizemos uma sessão que durou sete horas sem pararmos para almoçar nem para ir ao banheiro", recorda o jornalista. O autor também ficou admirado com o preparo de Gianecchini, que apesar da doença grave, não aparentava fraqueza. "Nas sessões, eu fumava. Ficava perto da janela tentando abanar a fumaça, mas ele não estava nem aí."
O livro cita sua estreia na Globo, em "Laços de Família" (2000), em que não se sentia seguro como ator. "Com o tempo, você consegue contar com distanciamento. Eu assistia à novela praticamente com um chicotinho nas costas. Depois, vi de novo, mais condescendente comigo mesmo, tentando achar os acertos e entender a minha trajetória. Hoje, dá para falar do passado sem ficar me cobrando. O que tinha de ser foi, era o que dava para fazer naquela época. É muito bom hoje em dia falar sem dor." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
GIANE - VIDA, ARTE E LUTA
Autor: Guilherme Fiuza
Editora: Primeira Pessoa (282 págs., R$ 39,90)
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