Genoma inspira exposição-espetáculo em SP

Do big-bang à música do DNA, megaexposição que será aberta em agosto, no Parque do Ibirapuera, pretende discutir a ciência do ponto de vista cultural

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Por Agencia Estado
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Os visitantes entram em um quarto escuro e vazio, onde predomina o silêncio. De repente, um facho de luz como um raio e um estrondo anunciam o famoso big-bang, a explosão ocorrida há aproximadamente 12 bilhões de anos que deu origem ao universo. Trata-se da primeira supresa reservada ao público pela exposição Genoma ao Vivo - Viagem ao Mundo da Ciência, que será instalada no Pavilhão da Pinacoteca do Parque Ibirapuera, a partir de agosto. Trata-se da primeira montagem, no Brasil, do que se está convencionando chamar exposição-espetáculo, ou seja, um evento de enormes proporções, que utiliza os mais modernos recursos de multimídia para atrair e informar um grande público. "São mostras em que o visitante percorre como se estivesse surfando na Internet, dada a rapidez e a oferta de alternativas que são oferecidas ao longo do percurso", comenta Ary Perez, da BrasilConnects, nova marca da Associação Brasil+500, realizadora do evento, em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, em um esforço que envolve a colaboração direta de 180 cientistas da área de biotecnologia. "Vamos discutir ciência do ponto de vista cultural." A expectativa é atrair, até janeiro, cerca de 800 mil visitantes, que terão a oportunidade de conhecer todos os segredos do genoma, o conjunto completo dos genes humanos, que estão acondicionados em 23 pares distintos de cromossomos. "Como o assunto é específico, o público vai ser convidado a participar de um jogo audiovisual recheado de supresas", comenta Edemar Cid Ferreira, presidente da BrasilConnects. A passagem da linguagem científica para a representação visual e sensorial ficou a cargo do arquiteto e cenógrafo suíço François Confino, reconhecido pela experiência na área de criação e montagem de exposições. "Minha proposta é traduzir o conhecimento científico em metáforas que, por meio da cenografia permitirão a familiarização dos principais conceitos da biociência", comenta Confino, em entrevista exclusiva . "Principalmente no momento atual, quando o Brasil adquiriu uma posição conceituada na pesquisa mundial." No dia 13 de julho, com a publicação, na revista britânica Nature, do seqüenciamento integral da bactéria Xilella fastidiosa, concluída por cientistas brasileiros apoiados pela Fapesp, o Brasil passou a integrar a linha de frente da pesquisa genômica mundial, logo após os Estados Unidos e a Inglaterra. A exposição vai se desenrolar em três partes, com objetivos distintos. Na primeira, o visitante percorre um caminho único que o coloca em contato com a evolução do pensamento humano na área científica e dos mitos, até chegar ao estágio atual da pesquisa no ramo da biogenética. Um dos destaques será a execução da música do DNA - melodia em que apenas quatro notas são combinadas de diversas formas, representando as quatro bases nitrogenadas que compõem o DNA. Na segunda parte, um cenário que lembra o interior de uma nave espacial traz o visitante para a atualidade. "Como se trata de uma exposição brasileira, aqui os exemplos escolhidos foram tirados de experiências adquiridas no País", comenta Perez. Em cada uma das salas, há a representação de um tema científico relevante. E o terceiro espaço será reservado para debates, seminários, apresentações e performances. "Será a área para troca de idéias, algo especial para escolas."

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