García Márquez responde a Susan Sontag e condena execuções

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Por Agencia Estado
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Em resposta à escritora americana Susan Sontag, o colombiano Gabriel García Márquez condenou hoje a pena de morte "em qualquer lugar e circunstância". Em visita à Colômbia, a autora de Na América e Sob o Signo de Saturno havia dito no sábado que os intelectuais não podem guardar segredo de suas opiniões diante de regimes totalitários. "Sei que aqui Gabriel García Márquez é muito querido, e seus livros, muito lidos. É o grande escritor deste país, e o admiro muito. Mas é imperdoável que não tenha se pronunciado frente às últimas ações do regime cubano", disse. Em comunicado publicado hoje pelo jornal El Tiempo, García Márquez, prêmio Nobel de literatura em 1982, responde a Susan. "Eu mesmo não poderia calcular a quantidade de presos, dissidentes e conspiradores que ajudei a sair da prisão e deixar Cuba em não menos que vinte anos", diz o escritor de Cem Anos de Solidão. "Quanto à pena de morte, não tenho nada a acrescentar ao que já disse em público e privado: sou contra, independente do lugar, motivo ou circunstância". Para encerrar, o escritor diz que não tem mais nada a dizer e que não é de seu feitio contestar perguntas desnecessárias ou provocadoras, "mesmo que - como é o caso - partam de uma pessoa tão respeitável". O recente endurecimento da repressão em Cuba, que levou à execução de três prisioneiros, tem levado diversos intelectuais de esquerda a condenaram Fidel e seu regime. O caso mais notório foi o de José Saramago, que retirou seu histórico apoio ao governo de Fidel.

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