Galliano pede desculpas por comentários antissemitas

Ele afirmou ter sido alvo de agressões verbais por causa da forma como se vestia

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Por Redação
Atualização:

O estilista britânico John Galliano pediu desculpas nesta quarta-feira pelos comentários antissemitas, que lhe custaram o cargo como diretor da grife Christian Dior.

 

Ele negou as acusações e afirmou ter sido alvo de agressões verbais e ameaçado de ser acertado com uma cadeira por causa da forma como se vestia, em um bar em Paris.

 

Apesar do pedido de desculpas público, a promotoria francesa informou que decidiu submetê-lo a julgamento pelos insultos antissemitas e racistas.

 

A audiência deve ocorrer no segundo trimestre deste ano. Se condenado, o estilista pode pegar seis meses de prisão e multa de 31.240 dólares.

 

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"Comentários racistas e antissemitas não tem espaço na nossa sociedade e eu peço desculpas pelo meu comportamento, que causou ofensas", afirmou em nota.

 

Ele afirmou ainda que iniciou um processo por difamação e que culpa a si mesmo pelo próprio comportamento e que vai trabalhar duro para conquistar a compreensão das pessoas, além de procurar "ajuda para sanar as falhas pessoais".

 

O comunicado se encerra afirmando que ele "lutou toda a vida contra a intolerância, o preconceito e a discriminação, por ter sido vítima de tudo isso".

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Demissão

 

A grife francesa Christian Dior informou ontem que vai iniciar o processo para demitir Galliano depois de assistir a um vídeo que supostamente mostra o estilista gritando contra pessoas em um bar de Paris. A empresa, propriedade do grupo LVMH, para a qual Galliano trabalha como diretor artístico desde 1996, divulgou um comunicado anunciando a decisão devido ao caráter "particularmente odioso" do comportamento do estilista. Dias antes, um casal que estava presente no bar já havia denunciado o estilista, nascido em Gibraltar, em 1960, por tentativa de agressão e por pronunciar palavras antissemitas. Logo que tomou conhecimento das acusações e de que Galliano seria interpelado pela polícia, na última quinta-feira, a grife francesa suspendeu imediatamente as relações com o diretor artístico, esperando os resultados das investigações. Anteontem, Galliano negou as acusações diante da polícia. O diretor geral da Dior, Sidney Toledano, citado no comunicado, "condena com toda firmeza as declarações feitas por John Galliano em total contradição com os valores essenciais que sempre foram defendidos pela marca". Anteontem, o site do tabloide britânico The Sun publicou um vídeo em que Galliano aparecia bêbado e insultando pessoas sentadas nas mesas de um bar. Nas imagens, ele teria dito: "Eu adoro Hitler (...) Gente como vocês estariam mortos. Suas mães, seus pais não seriam mais do que gases fedorentos". Ainda segundo o The Sun, o incidente ocorreu no Café La Perle, situado em um bairro histórico judeu, em Paris, no dia 12 de dezembro. Repercussão. A atriz Natalie Portman, que no domingo conquistou o Oscar de melhor atriz por seu papel em Cisne Negro, e que faz propaganda de perfume para a Dior, condenou anteontem as declarações de Galliano. Portman é judia e disse que não queria ser vinculada ao estilista, em comunicado divulgado pelo The New York Times. "Estou profundamente chocada e enojada pelo vídeo dos comentários de John Galliano que vieram à tona."

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