Galeria virtual revê trajetória de Cícero Dias

Clique aqui para ver a exposição Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife

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Por Agencia Estado
Atualização:

Cícero Dias sabe pouco sobre a navegação virtual, não freqüenta a Internet e não sente falta do veículo. Mas é na rede que o grande artista plástico, pernambucano de Jundiá, radicado em Paris, volta a uma mostra individual. A partir de hoje, a galeria virtual do Estadao.com leva ao ar uma espécie de síntese visual da trajetória do pintor, acompanhada de uma longa e exclusiva entrevista realizada em seu apartamento pelo correspondente Napoleão Sabóia. A entrevista acompanha os núcleos, temáticos e cronológicos, que compõem a exposição virtual, com curadoria de Valéria de Mendonça e Cyra de Araújo Moreira e design de André Pedro, Felipe Rafaeli, Flávio Forner e Lya Llerena. Há ainda uma interessante fotobiografia que remonta a história pessoal do artista, da sua infância, período em que já demonstrava, no engenho onde vivia, interesse pela pintura, aos primórdios de seu envolvimento com o universo das artes. "A verdade é que uma das características da exposição é contar uma história de vida que, de uma certa forma, recorda também a história de um século da cultura não só no Brasil como no mundo", observa Valéria, lembrando do momento em que Cícero Dias dividiu o telefone com Picasso. A imagem que abre a exposição é Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife, grande painel que hoje dificilmente pode deixar o Museu Nacional, por conta de sua fragilidade. Durante a abertura, foi acrescentada uma trilha sonora com músicas da Banda de Pífanos de Caruaru. A obra, que causou grande impacto no Salão de 1931 da Escola de Belas Artes do Recife, foi, na ocasião, depredada por vândalos que cortaram os metros que Dias reservou para as pinturas mais eróticas. Um núcleo da exposição, Painel do Escândalo, é dedicado à história do grande e colorido painel. De acordo com a curadora, uma das marcas mais fortes do trabalho do artista, embora sempre tenha carregado consigo muito da cultura recifense, é a sua necessidade constante de viajar. "Por essa razão dividimos a galeria em roteiros de viagens do artista, como Rio-Paris, Lisboa, o retorno a Paris e assim por diante. Até porque as grandes mudanças em sua obra normalmente se associam às mudanças em sua vida." Valéria afirma que essa foi a maneira que, com Cyra, encontrou para mostrar as nuances de estilo. Dessa forma evita entrar em detalhes técnicos ou em questões críticas, deixando, assim, os esclarecimentos a cargo da voz do artista na entrevista. "A idéia das galerias é a formação de um material acima de tudo didádico, que pode ser consultado tanto por navegadores ocasionais como por pesquisadores. Por isso, mesmo depois que elas estão no ar, continuam sendo alimentadas, seja por trabalhos novos dos artistas ou por informações que obtemos depois", comenta. Banco de dados - As galerias virtuais do portal estão sendo criadas para ficar sempre no ar. A próxima, provavelmente, contemplará a obra escultórica de Emanoel Araújo. Mas ainda não tem data para ir ao ar. "Com o tempo, as galerias vão tornar-se um grande banco de dados sobre artes plásticas", acredita a curadora.

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