Galeria Vermelho expõe obras de Odires Mlászho

Leya Mira Brander também exibe uma instalação com suas belas e delicadas gravuras em metal e Fabiano Marques apresenta o trabalho Xadrez Combinado

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Por Agencia Estado
Atualização:

Sempre que vemos um trabalho de Odires Mlászho confirmamos que ele faz questão de ser um artista minucioso. Na exposição que inaugura nesta terça-feira na Galeria Vermelho, uma folha de um livro foi recortada em finíssimas faixas e se transformou em volume com delicadas reentrâncias - está guardado em caixa de acrílico. Em outro trabalho, da série Flaps, livros e catálogos também foram fracionados em recortes de finas tiras que se encaixam numa seqüência retilínea - e, assim, 150 páginas de uma publicação se apresentam condensadas em uma composição minimalista que já não remete mais ao universo de onde se originaram. Caracterizá-lo como um artista minucioso não apenas quer remeter ao processo trabalhoso do fazer incutido nessas obras, mas às cuidadosas relações que estabelece entre os materiais e os universos anteriores que eles carregam em si. O uso de livros é recorrente na produção de Mlászho, mas seu nome está muito ligado ao trabalho com fotografia, com as colagens que ele realiza a partir de imagens. Nessa mostra atual, há trabalhos dessa vertente: na série Mestres Açougueiros e Aprendizes, ele criou grandes imagens de corpos anônimos, de músculos, feitos a partir de composições de recortes de partes de corpos femininos e masculinos tirados de revistas pornográficas. Mas, como ele diz, está saturado da figuração e colagem. "Quis trabalhar fora das figuras e essa mostra aponta para novos interesses." Na série Flaps, de livros fracionados em finas faixas, definitivamente não há nenhum resquício de figura. Tanto o livro como o conhecimento que ele carrega estão "decodificados" em uma outra linguagem. O artista também apresenta outras séries recentes no andar superior. Ao mesmo tempo, Leya Mira Brander exibe numa pequena sala uma instalação com suas belas e delicadas gravuras em metal - algumas delas, bem pequenas. Imagens de um repertório que Leya vem criando desde 1997, elas se repetem, se combinam formando "infinitas possibilidades" de narrativas. Já na entrada da galeria, Fabiano Marques apresenta o trabalho Xadrez Combinado. Odires Mlászho, Leya Mira Brander e Fabiano Marques. Galeria Vermelho. Rua Minas Gerais, 350, tel. 3257-2033. 3.ª a 6.ª, das 10 h às 19 h (sáb., 11 h às 17 h). Até 24/6. Abertura hoje, às 20 horas

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