Gabriel García Márquez diz ter deixado de escrever

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Por Agencia Estado
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O escritor colombiano Gabriel García Márquez, de 78 anos, revelou numa entrevista publicada neste domingo (29) que deixou de escrever, pelo menos por enquanto. "O ano de 2005 foi um período sabático", disse o escritor, pouco dado a falar sobre sua intimidade, durante uma entrevista concedida ao jornal La Vanguardia, de Barcelona, em sua casa no México. "Não me sentei diante de um computador. Não escrevi nenhuma linha. Além disso, não tenho nenhum projeto em mente nem perspectiva de realizá-lo", revelou García Márquez. "Nunca antes eu havia deixado de escrever. O ano passado foi o primeiro da minha vida durante o qual não o fiz", prosseguiu o escritor laureado com o Prêmio Nobel de Literatura. "Antes eu trabalhava diariamente das nove da manhã às três da tarde. Eu dizia que era para manter os braços quentes, mas na verdade era porque eu não sabia o que fazer pela manhã", afirmou García Márquez, maior expoente do realismo fantástico, ao La Vanguardia. O período sabático não parece incomodar García Márquez. "Deixar de escrever não mudou minha vida. Isso é o melhor de tudo. As horas que eu usava para escrever não foram seqüestradas por outras atividades inúteis", assegurou. Ele garantiu também que poderia escrever um novo livro facilmente caso encontre inspiração, mas não parece muito otimista quanto a isso. "Se amanhã me ocorrer uma boa história, que maravilha será. Com a prática que tenho, eu o faria sem muitos problemas. Sento-me em frente ao computador e faço. Mas as pessoas percebem quando nos dedicamos", analisou. Em 2002, García Márquez escreveu "Viver para Contar", primeiro volume de sua autobiografia. "O segundo tomo? Creio que não o escreverei", comentou durante a entrevista o autor de clássicos como "Cem Anos de Solidão", "O Amor nos Tempos do Cólera" e "Crônica de uma morte anunciada". O último livro publicado pelo premiado escritor colombiano foi "Memória de Minhas Putas Tristes", lançado em 2004.

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