Gabi reestréia hoje no SBT

Depois de dois anos na Rede TV!, a apresentadora volta ao SBT com seu De frente com Gabi. Política e esportes devem ter destaque no programa

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Por Agencia Estado
Atualização:

Dois anos após sua marcante passagem pela Rede TV! - onde imprimia à emissora de Amilcare Dallevo uma fórmula diferente do restante da programação do canal - Marília Gabriela está de volta ao SBT para apresentar o De frente com Gabi, talk show comandado por ela durante os quatro anos que trabalhou (1996 a 2000) na emissora de Silvio Santos. Anunciando reformulações de alguns quadros que deram certo na Rede TV! - como o Lambe-Lambe (foto digital tirada por ela mesma do entrevistado e disponibilizada aos internautas), por exemplo - Marília volta hoje ao ar com novos cenários, logo após o Jornal do SBT. Sob a direção de Ninho Moraes, com quem trabalha há 15 anos, Gabi deverá receber de um a três entrevistados por noite para falar dos mais diferentes assuntos. "Como neste ano a política e o esporte ganham força, vamos tentar amarrar muitas entrevistas nestas áreas", avisa a jornalista, mãe de Christiano, de 30, e Theodoro, de 23, e namorada do ator Reynaldo Giannechini, que atualmente está na Itália gravando cenas da novela global Terra Esperança, de Benedito Ruy Barbosa. Aos 50 anos de idade e 32 de carreira jornalística, Gabi experimentou há dois anos o gosto pelo teatro, pisando no palco pela primeira vez com o monólogo Esperando Becket, sob a direção de Gerald Thomas. Gostou tanto que em setembro deverá voltar com outro monólogo, A Ordem do Mundo, onde deverá trabalhar apenas com mulheres. "Desde o roteiro até a iluminação, só vai dar mulher. A idéia inicial era mostrar o poder das mulheres dos anos 90, com representantes de vários segmentos profissionais, donas de casa, militantes políticas, enfim, toda a força feminina da mulher atual." Com os papéis invertidos, Gabi deixa de lado o conhecido posto de entrevistadora e assume o de entrevistada diante da reportagem da Agência Estado. Com muito bom humor, ela admite que é mais difícil responder do que perguntar. "Fico agoniada quando os papéis se invertem", brinca. Você nunca escondeu que estava satisfeita em trabalhar na Rede TV!, então, o que foi que a motivou a voltar ao SBT? Marília Gabriela - Antes de mais nada, quero deixar claro que foi muito bom trabalhar lá e que nunca tive qualquer tipo de constrangimento na Rede TV!. E posso dizer que tinha um público fiel e uma audiência qualitativa. Outro dia mesmo, encontrei com o Espiridião Amin e ele me falou que, dos 25 anos que ele está na mídia, nunca sentiu uma repercussão tão grande de uma entrevista como quando foi ao meu programa. Agora, o que me atrai no SBT é o fato de ser uma grande empresa, sempre mordendo o calcanhar da primeira (Globo), o que me possibilita uma audiência maior. O "De Frente com Gabi" manterá a mesma fórmula do programa que você apresentava na Rede TV? Quantos entrevistados você receberá por noite? O cenário vai ser diferente e vamos dar uma incrementada em alguns quadros, como o do Lambe-Lambe, por exemplo. A quantidade de entrevistas será algo meio flexível, mas devo receber de uma a três pessoas por programa. Como as entrevistas vão ao ar de madrugada, tenho de tomar cuidado para não ficar uma hora inteira falando com alguém sobre um assunto que não seja empolgante. Também vai haver a possibilidade de interagir com um link de uma externa em outra localidade e um outro entrevistado participar do programa. E os entrevistados, você já tem alguém agendado? Ainda não posso divulgar porque não temos nada confirmado. O programa será pré-gravado às segundas e terças, o que significa que um dos programas que estaremos gravando deverá ser exibido no mesmo dia. Isso prejudica a questão da agenda, porque não dá pra marcar com tanta antecedência. Mas, por enquanto, um nome que já está confirmado é o do Aecinho (Aécio Neves, presidente da Câmara dos Deputados). E entre tantos nomes conhecidos, existe alguém que você considera impossível de entrevistar? Olha, até hoje acho que sempre consegui entrevistar as pessoas que eu tentei. Claro que nomes como Osama Bin Laden e George Bush (presidente dos Estados Unidos) são coisas absolutamente distantes, mesmo porque existem as emissoras estrangeiras que são priorizadas muito antes do Brasil, como ABC, BBC, CBS, entre outras. Aprendi essa diferença quando morei em Londres como correspondente da Globo e pude ter a exata noção de como somos distantes do resto do mundo. Os entrevistados impossíveis até tento, mas também não tenho nenhuma aflição por não conseguir. Talvez eu me cobrasse mais se ainda tivesse meus 30 anos, mas hoje, com 50, percebo que as grandes entrevistas surgem do cotidiano. Existem milhares de pessoas com coisas importantes a serem ditas, mesmo não tendo esse charme todo dos famosos. Mas não posso deixar de dizer que é muito boa a sensação de ter entrevistado nomes como Fidel Castro, Yasser Arafat, Shimon Perez, que fazem parte da história. A participação do público através da Internet também continua no "De Frente com Gabi"? Sim, e com muitas novidades. Vou ter um site novo, que deverá estar dentro do portal do SBT (www.sbt.com.br). Diariamente, os internautas ficarão sabendo qual será nossa agenda de entrevistas e poderão cadastrar seus telefones para poder participar do final da conversa, emitindo por telefone sua opinião sobre aquele assunto. Quero ouvir umas três pessoas por noite, mas não quero lero no ar: o telespectador não vai perguntar nada, apenas expressar sua opinião sobre o que acabou de ser dito. Mudando um pouco de assunto, você foi bastante elogiada quando encenou o monólogo "Esperando Becket" há dois anos, sob a direção de Gerald Thomas, e agora já se prepara para voltar aos palcos no segundo semestre com a peça "A Ordem do Mundo". Sobre o que vai tratar sua nova peça? Estou empolgadíssima com tudo, e olha que ainda estou no começo do processo! O texto acabou de ficar pronto e estamos trabalhando para estrear em setembro, em São Paulo. Quero radicalizar: em todo o monólogo, desde o roteiro, que é da Patrícia Mello, até a iluminação, só vai dar mulher! A idéia inicial era mostrar o poder das mulheres dos anos 90, mostrando representantes de vários segmentos profissionais, donas de casa, militantes políticas, enfim, toda a força feminina da mulher atual. Há dois anos, você também chegou a cogitar a possibilidade de fazer uma peça junto com seus filhos Christiano e Theodoro, não é mesmo? É verdade, foi idéia também do Gerald Thomas. Mas quem mais se opôs foi o Theo, que é justamente o único ator de verdade da família. Ele está estudando na EAD (Escola de Artes Dramáticas da USP) e quando o Gerald falou da peça, ele disse que não gostaria de começar a carreira sendo conhecido como o "filho de minha mãe". Depois, ele até concordou, mas acabou não dando certo e cada um deles foi tocar seus projetos particulares. E falando em atores, como é que você faz para matar a saudade do Reynaldo Giannechini, que está na Itália gravando cenas da novela "Terra Esperança", de Benedito Ruy Barbosa? Cheguei de lá segunda-feira passada e só fui uma vez porque não gosto de ficar muito tempo por perto. Acho um horror a idéia de atrapalhar o ambiente de trabalho. A gente se fala por telefone todas as noites, mas as gravações já estão chegando ao fim e depois tudo se normaliza. E se depender da harmonia do elenco e pela história do Benedito Ruy Barbosa, acredito que vai ser uma novela belíssima.

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