Futuro da internet ganha novo rumo com megafusão

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Por Agencia Estado
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O futuro da internet ganha novo rumo. Está criada a maior companhia de mídia do mundo. America Online e Time Warner viraram mesmo única empresa avaliada em US$ 207 bilhões. A união foi aprovada pela Federal Communications Commission (FCC), órgão do governo americano, e confirmada logo em seguida pelas duas gigantes do mercado. Esta foi a terceira maior união de empresas da história. Quando a união foi anunciada um ano atrás, o valor total da AOL era de US$ 168 bilhões. Neste meio tempo, as ações da empresa perderam um terço de seu valor, por conta das quedas na Bolsa de Valores de Nova York. A fusão já tinha sido aprovada por órgãos reguladores da União Européia, onde a nova companhia tem muitos investimentos. A Time Warner tem 69 mil empregados e um faturamento anual de US$ 27,3 bilhões (valores de 1999). Vale US$ 96 bilhões. Tem um estúdio de cinema, programas de TV em 15 países e 7 línguas, 13 milhões de assinantes de seu serviço de TV a cabo nos Estados Unidos, o maior canal de TV por assinatura da América do Norte (HBO, com 35 milhões de assinantes), 120 milhões de assinantes para suas revistas e 320 mil para seu serviço de internet rápida. A America Online, baseada em Dulles, no estado da Virgínia, tem 15 mil empregados, faturamento de US$ 6,89 bilhões (2000), lucros de US$ 1,2 bilhão e está avaliada em US$ 111 bilhões. Seu serviço de internet tem mais de 31 milhões de assinantes. A empresa é o maior provedor do mundo e tem a plataforma de e-commerce mais popular da internet. A permissão do FCC tem algumas condições, como a de que a nova empresa deixa outras usarem seu sistema de cabos para seus serviços de internet rápida. Os usários vão poder escolher seu provedor, sua página de abertura e vão pagar suas mensalidades diretamente ao serviço, sem passar pela AOL-Time Warner. A medida é para prevenir que a AOL dominasse o mercado, caso usasse com exclusividade os cabos da Time Warner na América do Norte. As condições do FCC foram menos rígidas do que tinham pedido alguns competidores da nova empresa, como os grupos Excite@Home, Microsoft e AT&T. Um das exigências era que usuários de outros provedores pudessem mandar e-mails no popular sistema de mensagens instantâneas da AOL para seus assinantes. A mudança não deve ocorrer tão cedo, no entanto: apenas quando chegar ao mercado a nova geração tecnológica do serviço. O maior perdedor com a fusão está dentro do próprio grupo. É a emissora de TV a cabo CNN, que deve ter muitas demissões em seu setor de internet, um dos maiores investimentos do grupo nos últimos tempos. A emissora, que é parte da Time Warner, vai ter de se adequar aos planos da AOL para o setor. As ações da AOL tiveram 5% de aumento depois do anúncio da aprovação da FCC. O fechamento foi em US$ 47,23. No ano passado, quando a fusão foi anunciada, as ações da companhia eram negociadas a pouco mais de US$ 72. As ações da Time-Warner fecharam ontem a US$ 71,19, 6% a mais do que no dia anterior. O grosso dos futuros investimentos do novo grupo na área de internet deve ser feito na Ásia, especialmente na China, onde a AOL controla parte do provedor China Online.

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