Futuro da arte é tema de programa de TV

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Por Agencia Estado
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O futuro das artes, a partir das novas ferramentas tecnológicas que estão surgindo e propiciando novos caminhos para a criação. A discussão de um tema tão instigante provocou a elaboração do programa IBM E-Nova, que estréia amanhã, às 21h30, no canal por assinatura GNT. "Selecionamos um grupo de pessoas que já fazem um trabalho inquietante e que deverão nortear o futuro das artes", justifica a jornalista Lúcia Guimarães, que dirige e apresenta o programa, ao lado do também jornalista Jorge Pontual. Para a estréia, convidaram o coreógrafo Mark Morris, autor de trabalhos que se destacam pelo inusitado, como bailarinos dando-se palmadas ao som do cravo que toca Haendel, e Strip-Tease, em que ele e a companhia concluem um nu frontal sob luzes florescentes, para ridicularizar a burocracia do mercado do sexo. Sua irreverência pode ser notada na forma como veio para a entrevista, para a qual compareceu de bermuda, meias e sandálias, além de "trejeitos de Carmen Miranda", como observa Lúcia Guimarães. Adepto do barroco e considerado um anarquista conservador, Morris confessa sua paixão pela música brasileira, especialmente pelas músicas cantadas por Aurora Miranda, irmã de Carmen. "Adoro os incríveis sambas clássicos dos anos 60 e 70, que são maravilhosos e excitantes", comenta ele, revelando ainda que o violoncelista Yo-Yo Ma está trabalhando em uma série envolvendo música brasileira. Morris acredita também que a dança em seu estado puro vai sobreviver, independente de recursos tecnológicos como monitores de vídeo e raios laser. "Sou antiquado o suficiente para tentar atrair público ao teatro e é por isso que utilizo dançarinos ao vivo, músicos ao vivo e público ao vivo", ironiza. "Essa é a minha preferência." Próximos programas - Na próxima quinta-feira, o convidado é o escritor, pintor e curador Robert Storr, um dos mais talentosos observadores da arte contemporânea dos Estados Unidos. Como curador sênior do Museu de Arte Moderna de Nova York, o MoMA, ele trabalha com a mais importante coleção de arte do mundo, que defende mesmo com o surgimento de novas técnicas. "Sou pintor e a pintura tem uma história tão longa para a gente pensar que eu acho que não acabará com os zumbidos eletrônicos", afirma. "A pintura é algo que ainda se pode criar, mas nunca vai voltar a ter a posição que ocupava." No dia 29, será exibida a entrevista com Osvaldo Golijov, compositor apontado pela revista New Yorker como um dos grandes renovadores da música contemporânea. Nascido na Argentina e hoje vivendo em Boston, Golijov escreveu Paixão Segundo São Marcos, montagem que inclui orquestra, um coral venezuelano, atabaques e longos solos da cantora Luciana Souza. A peça fez sucesso em diversas cidades americanas e européias, e foi incluída na temporada de 20 anos do festival Next Wave, da Brooklyn Academy of Music, ao lado de peças de Philip Glass e Tan Dun. IBM E-Nova Amanhã, às 21h30. GNT (canais/operadoras: NET, 41; Sky, 41)

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