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Fundação vai cuidar do acervo cultural do Banespa

Por Agencia Estado
Atualização:

Os acervos da biblioteca e do museu Banespa têm seu futuro garantido. Já prevendo a possibilidade de o eventual comprador decidir se desfazer desse patrimônio, o edital de venda do banco prevê que o comprador - no caso o banco espanhol Santander - crie fundação para abrigar e preservar as mais de mil obras de arte e 35 mil livros (esses números não incluem itens mais numerosos, como fotos ou periódicos), reunidos pela Divisão do Patrimônio Histórico e Cultural do Banespa. Não existe uma avaliação de quanto vale esse acervo, até porque ele tem uma importância histórica que vai além do custo unitário de cada uma de suas peças. A biblioteca, por exemplo, é aberta ao público e reúne um grande número de obras dedicadas às ciências jurídicas (cerca de 40% do acervo é dedicado ao assunto) e é muito consultada pelos estudantes da Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Fundada há mais de 50 anos, a biblioteca tem seu acervo renovado permanentemente, afirma o gerente da divisão, José Marcio Longhini. No caso das artes plásticas - área um pouco mais recente que a bibliográfica, mas que acaba de completar 35 anos de existência -, as verbas para aquisição de obras não existem há alguns anos, mas isso não impede que o acervo cresça, por meio de doações ou da incorporação de peças recebidas como pagamento de alguma dívida ou da absorção do patrimônio de alguma instituição. Uma das maneiras de ampliar a coleção foi pedir que todos os artistas que expõem nos espaços culturais do museu (no centro e na Avenida Paulista) doem um trabalho. Não há nenhuma obra de tirar o fôlego na coleção do museu, mas nela estão representados grandes nomes da arte nacional como Portinari, Di Cavalcanti e Iberê Camargo. A tela Sonho de Princesa, pintada por Manabu Mabe em 1967 é, segundo Longhini, um dos grandes destaques do acervo. Curiosamente, o quadro foi o primeiro a ser adquirido pelo museu um ano após ser pintado. Também merece ser mencionada a coleção de gravuras pertencentes ao museu. Seus melhores trabalhos sobre papel, assinados por mestres como Rebolo, Evandro Carlos Jardim e Babinski, foram exibidos na mostra Oitenta Gravuras em Metal - Acervo Banespa, que esteve em cartaz até o dia 11 no Espaço Cultural da Avenida Paulista e foi organizada em comemoração aos 35 anos do museu.

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