
27 de março de 2011 | 00h00
Mas quem é ela e por que uma menina tão sem graça, num clipe tão besta, cantando uma música tão boba é motivo de tanto barulho? Vale rebobinar a fita (que termo arcaico!) para entender o que está acontecendo.
O clipe foi lançado pelo escritório Ark Music Factory, divulgadores que, em vez de tentarem convencer marcas a usar a internet para que elas se tornem conhecidas, deixou empresas de lado e voltou-se para as pessoas. Mais especificamente pais que acham que seu filho tem talento para se tornar o próximo Justin Bieber.
Pois os pais de Rebecca acharam que a filha tem talento (não tem), funciona em vídeo (não funciona) e é bonita (não é) o suficiente para justificar o investimento. O clipe foi lançado no fim de fevereiro, mas só no dia 11 de março se tornou viral. Primeiro pelo próprio ridículo do clipe (seu vídeo já é o décimo mais comentado na história do YouTube). Depois, com a insistente repetição online, virou motivo de piada: remixes, mashups, colagens e recombinações de toda ordem fizeram a menina se tornar o sucesso que é - dando entrevistas e até fazendo shows! O nível de insanidade é tal que ela não saiu dos trending topics do Twitter desde que entrou pela primeira vez.
Mas o que isso quer dizer? Que a internet aceita qualquer coisa? Que a cultura do século 21 é o sonho do pós-modernista mais ferrenho, em que o conteúdo pouco importa e sim a forma como ela se espalha? Que, tanto faz marca, modismo ou arte, o público só quer consumir e pronto? Aguardem cenas do próximo capítulo: essa história está longe de terminar... Até lá, decore o refrão: "Fun, fun, fun, fun..."
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