Fotógrafa Alice Brill morre aos 92 anos

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Por Redação
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Artista plástica e fotógrafa de um registro importante sobre a São Paulo dos anos 1940, 1950 e 1960, Alice Brill morreu, aos 92 anos, na madrugada de sexta, 28, para sábado, 29, em Itu (SP), e foi cremada sábado, 29, no cemitério São Pedro, em Vila Alpina, na capital paulista. A causa da morte, porém, não foi informada pela família. "O Brasil perdeu Alice Brill, eu perdi minha mãe", escreveu Silvia Czapski, filha da alemã, em sua página do Facebook.Depois de perder o pai, Erich Brill, também artista plástico - que chegou a retratar Albert Einstein-, morto em um campo de concentração, Alice, nascida em 1920, deixou a cidade de Colônia com a mãe para fugir do nazismo e chegou ao Brasil, em 1934. Na década seguinte, começou a frequentar o Grupo Santa Helena, associação de pintores do Centro de São Paulo. Lá, ela entrou em contato com Aldo Bonadei (1906-1947), Yolanda Mohalyi (1909-1978) e Hansen Bahia (1915-1978), que influenciaram seus traços na pintura a óleo, cujo tema era a paisagem urbana da capital paulista.Em 1946, Alice Brill ganhou uma bolsa de estudos nos Estados Unidos e fez cursos de desenho, pintura, história da arte, literatura e filosofia na Universidade do Novo México e na Art Student?s League, em Nova York. Em seguida, retornou o Brasil e começou a fotografar para a revista Habitat, para a qual fazia reportagens sobre arquitetura e artes plásticas. A produção fotográfica da alemã foi intensa, com cerca de 14 mil imagens, cujos negativos foram doados ao Instituto Moreira Salles. Na sequência, foi convidada por Pietro Maria Bardi (1900-1999), então diretor do Museu de Arte de São Paulo, a fazer um trabalho sobre o dia a dia da cidade. Alguns dos destaques são a foto batizada de Movimento na Rua Direita e outro flagrante dos frequentadores de uma feita livre na Rua Oscar Freire, décadas antes de a via se tornar ponto de referência de lojas de grife. Ao mesmo tempo em que se dedicava a clicar o cotidiano dos paulistanos, Alice fazia pinturas em que reproduzia figuras humanas em casarões e apartamentos, em que tentava traduzir a solidão dos habitantes de uma metrópole.As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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