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Foliões trocam desfiles por baladas de camarotes em São Paulo

Por ALICE ASSUNÇÃO E VANESSA STELZER
Atualização:

Há refúgios já conhecidos fora de São Paulo para os que não gostam de Carnaval. A novidade agora, no entanto, é buscar outra alternativa de entretenimento dentro do próprio sambódromo. Foliões do Carnaval paulistano trocam alguns desfiles de escola de samba por Dj, luzes e música eletrônica dentro de camarotes que ficam nos arredores do sambódromo. "Se o desfile estivesse bom, eu estaria lá fora. Aqui é um refúgio quando a escola não está muito boa", disse Carla Saraiva, 30 anos, coordenadora pedagógica, enquanto dançava na pista do camarote da Prefeitura de São Paulo. Para Auresnede Pires Stephan, jurado do Troféu Nota 10 do Diário de São Paulo, o Carnaval ainda não está totalmente inserido na cultura do paulistano. "Pode muitas vezes acontecer de parte das pessoas não ter essa cultura. Eles espiam a escola passando e fazem um julgamento precipitado", disse Stephan. No espaço da prefeitura, enfeitado com globos e luz néon, três DJs se revezavam na discotecagem. Foliões dançavam black music e funk enquanto um telão exibia imagens em tempo real dos desfiles. "A gente faz a baladinha para a galera que já viu sua escola e está querendo dançar", disse o Dj Igor Cunha. Segundo ele, nunca misturou enredo de Carnaval com música eletrônica. "Em São Paulo não rola", disse. A batida produzida pelo pickup do Dj podia ser ouvida da cozinha do camarote com mais potência do que o estrondo provocado pela bateria, e funcionários improvisavam sua própria pista de dança. "(A escola) é legal também, mas eu prefiro dançar música eletrônica porque não sei sambar", disse a cozinheira Denise Soares.

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