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Folias faz sua primeira mostra de teatro

Festejando dois anos de sua sede, o Galpão do Folias, companhia mostra até 16 de dezembro oito peças, incluindo as elogiadas Babilônia e Cantos Peregrinos

Por Agencia Estado
Atualização:

Território das investigações teatrais do grupo Folias D´Arte, o Galpão do Folias completa dois anos. Liderado pelos diretores Marco Antônio Rodrigues, Reinaldo Maia e Dagoberto Feliz, o Folias realiza sua primeira mostra de teatro, o Folias Mostra Tudo, com oito peças de seu repertório, a maioria produzida nos últimos dois anos, a partir da conquista da sede, no bairro de Santa Cecília. Entre os espetáculos apresentados de hoje a 16 de dezembro, estão o premiado musical Cantos Peregrinos e a peça Babilônia. No repertório da mostra, uma estréia: Pássaro da Noite, de José Antônio de Souza, em 15 de novembro, com direção de Roberto Lage (primeiro diretor convidado do grupo) e as atrizes Patrícia Barros e Nani de Oliveira. "Este é um bom momento para fazer uma reflexão sobre a trajetória do grupo, tudo o que já fizemos e o que faremos", avalia Dagoberto Feliz, que assina as montagens musicais de Las Muchachas, uma adaptação da obra do dramaturgo francês Jean Anouilh e Single Singers Bar. A vocação para o musical é um dos atributos do grupo que nasceu em 1995, compromissado com um teatro de viés político, feito nas ruas e nos espaços alternativos. A estética do teatro de rua - a commedia dell´arte, a narrativa épica, o circo e a música ao vivo - foi incorporada às montagens do grupo e são utilizadas com facilidade na caixa teatral do Galpão, que é um espaço de arquitetura modulável. Cantos Peregrinos (1997) abre a mostra. O espetáculo deu o prêmio Shell de diretor a Marco Antônio Rodrigues e indicação de autor a José Antônio de Souza. Trata-se de um musical que une música e poesia em alta voltagem. Segundo o diretor, a encenação remete à linguagem impactante dos tempos do Opinião, em que se podia contar histórias míticas sob os acordes da MPB. Nara Leão foi a grande expoente dessa época. Em cena, a atriz Renata Zhaneta representa Lilith e é acompanhada por Dagoberto Feliz como Deus e Bruno Perillo no papel de Lúcifer. O postulado político e social assoma com força em espetáculos como Babilônia e Pavilhão 5, ambos de 2001 e escritos por Reinaldo Maia. O primeiro, dirigido por Marco Antônio Rodrigues, aborda a trajetória de uma caravana de andarilhos em busca da Terra Prometida. Em determinado ponto da jornada, quando devem escolher um líder, deparam com a chegada de um estranho. Em Pavilhão 5, direção do próprio Maia, são abordados os conflitos dos habitantes de uma metrópole. O monólogo Frankenstein (2002), texto e direção do próprio Maia, envereda pelo embate criador e criatura. Divertimento puro está na peça A Maldição do Vale Negro, texto de Caio Fernando Abreu e Luís Arthur Nunes, com direção de Dagoberto Feliz. Leve e divertido, o espetáculo debocha de todos os clichês do melodrama, do filho bastardo à governanta má, passando pelo velho libidinoso, levando o público a compartilhar momentos de reinvenção do riso. Folias Mostra Tudo. Sexta, às 21 horas, ´Cantos Peregrinos´. De José Antônio de Souza. Direção Marco Antonio Rodrigues; à meia-noite, coquetel de abertura; sábado, às 21 horas, ´Babilônia´. De Reinaldo Maia. Direção Marco Antonio Rodrigues; à meia-noite, ´Single Singers Bar´. Concepção e direção Dagoberto Feliz; domingo, às 20 horas, ´Pavilhão 5´. Texto e direção Reinaldo Maia. Segunda, às 21 horas, ´A Maldição do Vale Negro´. De Luiz Arthur Nunes e Caio Fernando Abreu. Direção Dagoberto Feliz. Com o grupo Folias D´Arte. R$ 10,00 (único, cada espetáculo) ou R$ 40,00 (para oito espetáculos). Galpão do Folias. Rua Ana Cintra, 213, tel. 3361-2223. Até 16/12.

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