Folias D´Arte troca musical por dramalhão

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Por Agencia Estado
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Sediado num amplo galpão próximo à estação Santa Cecília do metrô, em São Paulo, o Grupo Folias D´Arte vem criando musicais críticos e bem-humorados, como Surabaya Johnny!, Happy End e o premiado Cantos Peregrinos. Nesta sexta-feira à noite, o Folias reserva uma surpresa para o seu público, com a estréia do primeiro espetáculo não-musical do grupo, A Maldição do Vale Negro, texto de Caio Fernando Abreu e Luis Arthur Nunes, dirigido por Dagoberto Feliz. "Trata-se de uma brincadeira com o gênero", define Nunes. Para escrever a peça, ele e Caio leram dezenas de melodramas escritos no fim do século 19. A partir daí, criaram uma peça repleta de todos os clichês do gênero, um dramalhão divertidíssimo. "Os atores fazem o texto a sério, do contrário não teria graça", comenta Dagoberto. "Mas é claro que a gente se permite alguns comentários metateatrais." A historinha da peça, segundo o diretor, é complicadíssima e óbvia, como costumam ser os melodramas. Tudo começa no castelo de um conde que está no leito de morte, sendo envenenado lentamente, sem o saber, por sua governanta. O castelo fica no Vale Negro, próximo a uma cascata amaldiçoada. De tempos em tempos, a água da cascata pára de jorrar e ouvem-se gritos de uma mulher. Arruinado, o conde hipoteca seu castelo para um perverso marquês que, em troca do perdão da dívida, exige a mão da pura e doce Rosalinda, sobrinha do conde, uma órfã cuja ascendência está cercada de mistérios. Isso não parece criação do Folias? "Antes de mais nada, eu gosto do texto. É bem escrito e tem uma qualidade de humor que o aproxima da linha de estética popular do Folias. E depois, de alguma forma, esse texto ajuda a revelar a origem dos melodramas, com humor crítico." A Maldição do Vale Negro - Comédia. De Caio Fernando Abreu e Luiz Arthur Nunes. Direção Dagoberto Feliz. Duração: 1h30. Sexta e sábado, 21h30; domingo, às 20 horas. R$ 15,00. Galpão do Folias. Rua Ana Cintra, 213, tel. 3361-2223. Até 7/10.

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