Fim de "Friends" não é certo

Integrantes do elenco disseram que esta é a última temporada do show, mas a consagração como comédia de maior sucesso na TV americana pode fazer com que todo mundo mude de idéia

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Por Agencia Estado
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Nos últimos meses, houve várias notícias sobre o fim de Friends, o seriado de TV que é hit de público tanto nos Estados Unidos, onde é exibido pela emissora NBC, quanto no Brasil, onde consegue ótimos índices de audiência para o canal por assinatura Sony. Vários integrantes do elenco, como David Schwimmer e Jennifer Aniston, disseram que esta é a última temporada do show, mas a consagração do programa (a comédia de maior sucesso na TV americana atualmente) pode fazer com que todo mundo mude de idéia. A temporada atual, a oitava do show, termina em maio. Alguns meses antes tem de ser tomada a decisão sobre a volta ou não do programa, porque novos episódios têm de ser gravados para estrear em setembro. Cada um dos seis atores principais do programa ganha US$ 750 mil por episódio, um dos maiores salários da TV americana para uma atração que não é liderada por apenas um astro ou estrela. É o pagamento que vai ser o problema-chave nas negociações, apesar de ambas as partes negarem que o dinheiro tem papel importante. O elenco que inclui também Courteney Cox-Arquette, Lisa Kudrow, Matt LeBlanc e Matthew Perry já mostrou anteriormente o poder de negociação em conjunto, um por todos e todos por um. Antes dos US$ 750 mil, cada um ganhava US$ 125 mil por episódio. Ainda que desta vez vários deles tenham dito que estão interessados em investir em suas carreiras no cinema, são poucos os que realmente têm chances de fazer tanto sucesso na telona. Apenas Aniston e Kudrow têm feito papéis relevantes. A sra. Brad Pitt esteve nas telas este ano em Rock Star, ao lado de Mark Wahlberg. Críticas negativas fizeram com que o filme tivesse uma performance medíocre nas bilheterias. Para o futuro próximo, sua carreira cinematográfica não tem nada em vista, mas há rumores de que ela roda atualmente uma participação no novo filme do marido de Madonna, Guy Ritchie, Love, Sex, Drugs & Money. Kudrow ganhou respeito da crítica em O Oposto do Sexo (1998) e fez sucesso de público em Máfia no Divã (1999), mas pisou na bola em seus dois projetos seguintes, as comédias Linhas Cruzadas e Bilhete Premiado, ambas do ano passado, que foram fracassos retumbantes nas bilheterias dos Estados Unidos. Seu próximo projeto de peso é a seqüência Analyze That, que deve chegar às telas em 2002. Em melhor situação está um dos piores atores do elenco, Schwimmer, que participou de um dos melhores programas recentes da TV americana, a minissérie Band of Brothers, do canal por assinatura HBO. Ele era o nome mais conhecido do projeto, mas teve uma das piores atuações de um elenco que foi considerado ótimo pela crítica. Seu próximo filme é Hotel, do diretor experimental Mike Figgis, que deve ganhar atenção apenas no circuito independente. Sua sorte pode estar atrás das câmeras: ele tem dirigido vários episódios de Friends e já mostrou interesse em rodar outros projetos. O currículo dos outros é muito ruim. Depois do provável fim da série Pânico com um terceiro filme medíocre, Courtney Cox-Arquette tem sido notícia apenas por conta de seu casamento estremecido com o ator David Arquette. LeBlanc fez uma ponta no hit As Panteras (em um papel quase igual ao de Joey Tribbiani de Friends), mas sua carreira não é a mesma desde o fiasco de Perdidos no Espaço (1998). Perry até fez um relativo sucesso em Meu Vizinho Mafioso (mais uma vez, em um personagem parecido com Chandler Bing), mas seus problemas mesmo são na vida pessoal: álcool, drogas, temporadas em clínicas de desintoxicação e os altos e baixos de sua silhueta, que vai da muito magra à muito gorda. Juntos, eles podem pedir o que quiserem para a NBC, mas a emissora já avisou que a renovação de Friends é uma decisão e não uma negociação. Ou seja, não vai haver aumento de salário, de acordo com o presidente da emissora, Jeff Zucker. Segundo o executivo, eles sabem quanto dinheiro podem fazer no programa. É muito dinheiro e a única decisão que eles devem tomar é se querem ou não ganhá-lo. Nas entrelinhas, o que o presidente da NBC disse é que um salário alto garantido é melhor do que uma carreira medíocre de artista de cinema, mas isto não passa, por enquanto, de uma guerra de nervos entre ambas as partes. Uma negociação é quase certa e um comprometimento pode ser melhor para todo mundo. Há rumores de que a NBC pode topar uma temporada menor, com metade dos cerca de 22 episódios anuais, para que o elenco tenha tempo livre para rodar seus filmes. Para o público, a volta de Friends é um must. A comédia tem batido toda semana o programa de reality TV de maior hype, Survivor, da CBS (a versão de No Limite, da Rede Globo). E não é apenas a audiência que conta: os roteiros estão cada vez melhores, assim como o entrosamento do elenco. Também são cada vez mais freqüentes participações especiais de peso, como a de Pitt no episódio que foi ao ar no Dia de Ação de Graças. Na atual temporada, a personagem Rachel (Aniston) é o centro das atenções, por conta de sua gravidez. O pai do bebê é o ex-namorado Ross (Schwimmer). Em segundo plano, está o casamento de Monica (Cox-Arquette) e Chandler, que foi realizado no último episódio da temporada passada e no início da atual. Joey continua hilário com seu trabalho de ator na novela Days of our Lives (da própria NBC), na qual faz o papel de um homem que teve transplantado para ele o cérebro de uma mulher. Phoebe (Kudrow) ainda é a mais otimista e desligada do grupo, com sua carreira de cantora folk desafinada e massagista. Segundo o produtor David Crane, a gravidez da personagem muda tudo no seriado. Ainda que seja uma coisa que acontece com ela, a gravidez afeta todos eles e este é o motor desta temporada. Para ele, o programa está muito energizado e ainda tem muito tempo pela frente, com a nona temporada em diante. O importante é que tem gente que não acha que está contando sempre as mesmas piadas.

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