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Filósofo francês Paul Virilio morre aos 86 anos

Urbanista e homem de ações, Virilio se distinguiu ao longo de sua vida e de suas obras por um pensamento livre e visionário

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Por Redação
Atualização:

O filósofo e urbanista francês Paul Virilio, ex-diretor da Escola Especial de Arquitetura, morreu aos 86 anos, segundo um comunicado de sua família divulgado nesta terça-feira, 18. Virilio sofreu uma parada cardíaca em 10 de setembro.

Homem de ações, Virilio se distinguiu ao longo de sua vida e de suas obras por um pensamento livre e visionário. "Alguns dias antes de sua morte, ainda estava trabalhando com Jacques Arnould para a publicação de um livro e pensou, com uma ex-colega, uma nova exposição na Fundação Carter", disse sua filha, Sophie.

Paul Virilio na Fundação Carter, em Paris, em 2002 Foto: DANIEL JANIN / AFP

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O filosófo iniciou sua carreira na década de 1970 com um pensamento centrado na velocidade, que considerava um fator essencial da organização social e do controle político. Fundou na década de 1960 o grupo Architecture Principe com Claude Parent, e publicou o manifesto sobre a "função oblíqua", marco da arquitetura francesa contemporânea.

Marcado pela experiência da Guerra (nasceu em 1932 em Paris), também foi filósofo da "desintegração" de territórios. Ele dizia que o mundo vivia uma "globalização dos afetos".

"Ao mesmo tempo, em qualquer parte do planeta, todos podem sentir o mesmo terror, a mesma preocupação pelo futuro ou experimentar o mesmo pânico. Ainda é incrível! Passamos da padronização das opiniões (possível graças à liberdade de imprensa), à sincronização das emoções. (...) Nossas sociedades viviam em uma comunidade de interesses, agora vivem um comunismo de afetos", disse em entrevista ao jornal francês Libération em 2010.

Virilio publicou mais de trinta ensaios e colaborou para diversas revistas e periódicos europeus. No Brasil, entre suas obras estão Velocidade e Política (1996), A Bomba Informática (1999) e Estratégia da Decepção (2000). / Com agências

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