Filme de Zé do Caixão será exibido no festival de Veneza

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Por AE
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Encarnação do Demônio, novo filme de José Mojica Marins, o Zé do Caixão, será exibido na sessão da meia-noite, fora de concurso, no 65º Festival de Veneza, que acontece entre 27 de agosto e 6 de setembro. "Realmente..., fiquei um pouco surpreso; já tinha ido a vários outros festivais, mas Veneza, junto com Cannes e Berlim, é um festival classe A", disse Mojica. E garantiu que estará no Lido de Veneza, devidamente caracterizado como Zé do Caixão. "Acho que eles terão uma surpresa, tanto com o filme como com o personagem", diz. Zé do Caixão não será a única presença brasileira no Lido. Julio Bressane, um habitué do festival, esteve em edições anteriores com Dias de Nietzsche em Turim e Cleópatra, lá estará de novo, agora em parceria de direção com sua mulher Rosa Dias, com A Erva do Rato, tendo Selton Mello e Alessandra Negrini no elenco. Há ainda mais: a empresa dos irmãos Caio e Fabiano Gullane, que produziu o novo Zé do Caixão, entra com duas outras produções na mostra principal, a Venezia 65, na qual se disputa o cobiçado Leão de Ouro: Plastic City, dirigido pelo chinês Yu Lik-Wai; e Birdwatchers, do ítalo-argentino Marco Bechis (o mesmo de Garagem Olimpo). Ambos - Plastic City e Birdwatchers - são 100% rodados no Brasil. Em Plastic City, os Gullanes têm 60% do capital, os outros 40% divididos entre China e Japão. O elenco é misto, com participação dos brasileiros Tainá Muller, Antonio Petrin, Milhem Cortaz, entre outros. Na metade do tempo, o filme é falado em português; em 40%, em chinês, e 10% em inglês. "Vamos combinar: é um filme globalizado", diz Fabiano Gullane, rindo. E é mesmo, o que não impede que a parte nacional tenha entrado através das leis de incentivo. Já Birdwatchers, que no site do festival aparece unicamente como italiano, parece ainda mais brasileiro que o anterior. O seu tema é a destruição cultural e física da etnia dos guarani-caiovás e, em parte, interpretado pelos próprios índios, que foram preparados pelo ''coach'' Luis Mário, o mesmo que se ocupou dos meninos de Querô, de Carlos Cortez. Também inclui atores italianos e brasileiros conhecidos, como Claudio Santamaria e Chiara Caselli, Leonardo Medeiros e Matheus Nachtergaele. Foi rodado em Mato Grosso e é falado unicamente em guarani e português. Acontece que a Itália tem 80% do capital e o Brasil apenas 20%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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