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Festival traz cultura regional a São Paulo

Por Agencia Estado
Atualização:

Resgatar a tradição folclórica do interior paulista. É esta a proposta do festival Revelando São Paulo, que abre as portas de sua 4ª edição neste domingo. O evento, realizado pela Secretaria Estadual de Cultura por meio do Setor de Folclore, ocorre no Parque da Água Branca. Para a estréia foi programado um grande encontro de carros de bois, carreiros e tropeiros, que irão sair do Memorial da América Latina em cortejo e percorrer as ruas da cidade, simulando uma romaria, até o Parque. A programação é variada: de brincadeiras típicas como bolinha de gude, peão, a exibição de cavalos andaluzes. Passando por corrida de cavalhada, desfiles e artesanato típico. No ano passado, o Revelando São Paulo reuniu, em quatro dias de duração, 83 mil pessoas. Contudo, Toninho Macedo, coordenador do Setor de Folclore da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo e idealizador do programa, acredita que cerca de 100 mil pessoas tenham passado pelo Parque da Água Branca. "Quando entram os cortejos, não temos como contar", afirma. Para este ano, a meta é atingir pelo menos 150 mil visitantes. "Se o tempo ajudar, sabemos que temos potencial para isso", diz. Todavia, vale ressaltar que nesta edição o número de dias aumentou, passando de 4 para 7 ? termina dia 13 de agosto. "Queremos mostrar ao público as diferenças existentes na forma de assimilar e produzir arte. Enquanto nosso referencial artísitico é estético, o dos artistas populares, quase sempre, é ritual", explica Macedo, que dedicou os últimos 30 anos de sua vida pesquisando as raízes culturais do estado de São Paulo. Há um bom tempo, segundo Macedo, a Secretaria manifestava interesse em realizar um festival de cultura folclórica. A grande dificuldade, porém, foi encontrar uma forma de fazê-lo sem ferir a tradição e a inocência deste tipo de arte. Assim, foi descartada a idéia de uma mostra competitiva. Em 1997, chegaram ao atual formato e o Festival foi criado. Por isso, Macedo faz questão de ressaltar: "Até hoje fazemos do mesmo jeito de quando começamos". Para chegar aos artistas, Macedo contou com auxílio de dirigentes culturais do interior. "Em Ibitinga, que todos conhecem pelos bordados feitos à maquina, o secretário de cultura me apresentou cerca de 1500 bordadeiras que ainda fazem o trabalho manualmente", conta. Por outro lado, em alguns munícipios, o contato foi feito diretamente com os grupos, pois os dirigentes responsáveis sequer tinham conhecimento da existência de festas e arte popular dentro de suas cidades. No decorrer das comemorações estão previstos encontros de sanfoneiros e violeiros, dos grupos de Catira, São Gonçalo e Cosmopolitas, dos bonecões, Caras e Caretas, reproduções da festa de Cosme e Damião e corrida de cavalhada. Para o encerramento, uma procissão de caminheiros partirá da Igreja Nossa Sra. do Rosário dos Homens Pretos, no Largo do Paissandu levando a imagem do Bom Jesus da Lapa em Carro de Boi. "Somos referencial nacional quando o assunto é eventos de divulgação da cultura popular. Um trabalho como esse não existe em nenhum lugar do Brasil", garante Macedo.

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