Festival de Veneza começa com filme dos irmãos Coen

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Por AE
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Começa hoje a 65ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza com a exibição exibida, fora de concurso, da última criação dos irmãos Coen, Burn After Reading. Produção norte-americana capaz de mobilizar nomes estelares como George Clooney, Brad Pitt, Tilda Swinton e Frances McDormand para desfilar no tapete vermelho do Lido rumo ao Palácio dos Festivais, Burn After Reading é o tipo de filme que é o sonho de consumo dos diretores de festivais do mundo, capaz de aliar glamour a qualidade garantida. É equilibrando-se entre essas duas exigências - uma mercadológica, outra estética - que Veneza dá início à maratona de filmes que se inicia a partir de amanhã. Só para a competição principal, aquela que conduz ao cobiçado Leão de Ouro, há 21 longas-metragens. Mas é possível que, ao longo do certame, entre mais um - o já tradicional "filme-surpresa" para compor a soma de 22 competidores. Tem sido assim e uma dessas surpresas, apresentada tarde da noite para jornalistas tontos de sono, abocanhou o prêmio principal - Em Busca da Vida, do chinês Jia Zhang-Ke, em 2006. Dos autores postulantes ao Leão de Ouro, alguns são bem conhecidos, como o norte-americano Jonathan Demme, que concorre com Rachel Getting Married, ou o japonês Takeshi Kitano, com Akires to Kame. Kitano já ganhou um Leão de Ouro, com Hana-Bi - Fogos de Artifício e, desde então, tornou-se habitué do festival. Além de Kitano, outros realizadores japoneses comparecem a Veneza - e o curioso é que com dois filmes de animação: Ponyo on Cliff by the Sea, do badalado Hayao Miyazaki, e The Sky Crawlers, de Momoru Oshii. Há também obras de muitos outros países, como Inju, la Bête dans L''Ombre, de Barbet Schroeder (França), Gabbla, de Tariq Teguia (Argélia, França), Teza, de Haile Gerima (Etiópia, Alemanha, França), Paper Soldier, de Aleksey German Jr. (Rússia), etc. Uma das estréias mais aguardadas, é a do mexicano Guillhermo Arriaga (roteirista dos grande sucessos do seu compatriota Alejandro Gonzáles Iñárritu, com Amores Brutos e Babel), que assina The Burning Plain, mas sob bandeira norte-americana, tendo Charlize Theron e Kim Basinger no elenco, além do português Joaquim de Almeida. O Brasil não fica totalmente de fora de Veneza. O País aparece como co-produtor (com China, Hong Kong e Japão) de Plastic City, de Yu Lik-Wai, filmado no Bairro da Liberdade, em São Paulo. A mesma produtora paulista de Plastic City, dos irmãos Caio e Fabiano Gullane, aparece também nos créditos de Birdwatchers, do ítalo-argentino Marco Becchis (de Garagem Olimpo). Há ainda mais Brasil no segundo, Birdwatchers (Observadores de Pássaros), que no entanto aparece apenas como italiano no site do festival. Ele fala da destruição da cultura guarani-caiová, no Mato Grosso. O filme tem 80% do capital italiano e 20% brasileiro. Mas é filmado no Brasil, interpretado pelos índios, e também por um elenco de nomes conhecidos, como Leonardo Medeiros e Matheus Nachtergaele, que contracenam com colegas italianos como Claudio Santamaría e Chiara Caselli. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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