Festival de Toronto trará filmes sombrios e chances de Oscar

Toronto é a plataforma-chave de lançamentos de filmes que competem por indicações ao Oscar

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Por Janet Guttsman e da Reuters
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Tapetes vermelhos, possíveis candidatos a Oscar e uma dose dura de realidade política compõem o cardápio do Festival Internacional de Cinema de Toronto deste ano, em que produtores divulgam seus filmes e astros de Hollywood participam de festas diversas. O festival de Toronto começa nesta quinta-feira com uma sessão de gala de Fugitive Pieces, do diretor canadense Jeremy Podeswa, a história de um polonês assombrado por memórias da Segunda Guerra Mundial. O evento celebra sua 32.ª edição anual e é um dos mais importantes festivais de cinema do mundo. Embora coincida em parte com o mais glamuroso Festival de Veneza e exiba alguns dos mesmos filmes que este, Toronto é a plataforma de lançamento chave de estréias norte-americanas e filmes que competem por indicações ao Oscar. A programação deste ano inclui 349 filmes de 55 países que serão exibidos ao longo de dez dias, incluindo as estréias na direção de Helen Hunt (Oscar por Melhor é Impossível), com Then She Found Me, e Alison Eastwood, filha de Clint, com Rails and Ties. Alguns filmes já vistos como possíveis participantes na corrida ao Oscar incluem Elizabeth, the Golden Age, em que Cate Blanchett retoma seu papel aclamado da rainha britânica Elizabeth 1a, que representou em Elizabeth (1998). Brad Pitt espera emocionar o público com The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford. Mas festivais como o de Toronto ajudam os críticos a enxergar para além do hype promocional. Para o crítico Pete Hammond, da revista Maxim, "muitos dos filmes de Toronto este ano são muito sombrios. Há muita violência e muito conteúdo político". Ele não divisa nenhum favorito evidente entre um grupo de filmes cujas histórias são duras e difíceis. Entre os filmes políticos mais pesados estão Rendition, com Reese Witherspoon e Jake Gyllenhaal, e In the Valley of Elah, do diretor Paul Haggis (Crash - No Limite), que falam do combate ao terrorismo e dos custos humanos da guerra. Outros temas sombrios aparecem em Eastern Promises, sobre o crime organizado em Londres, com Viggo Mortensen e Naomi Watts, e Shake Hands with the Devil, que dramatiza um livro de um membro canadense da força de manutenção da paz da ONU, Romeo Dallaire, sobre o genocídio em Ruanda - com o presidente desse país, Paul Kagame, visto como possível convidado. Em Michael Clayton George Clooney faz um advogado que resolve problemas para uma grande empresa, e Sean Penn dirige Into the Wild, com o astro em ascensão Emile Hirsch no papel de estudante tentando sobreviver na vastidão do Alasca. A política americana está presente em Man from Plains, documentário sobre o ex-presidente americano Jimmy Carter, e Captain Mike across America, mostrando o documentarista Michael Moore percorrendo universidades americanas antes da eleição presidencial de 2004 para carregar uma mensagem anti-Bush. O festival termina em 15 de setembro com o retorno à temática da Segunda Guerra Mundial: Emotional Arithmetic trata de sobreviventes do campo de internação de Drancy, perto de Paris, a partir do qual muitos internos foram enviados para morrer em campos de extermínio nazistas. O vencedor do festival será escolhido pelo público e receberá o cobiçado People's Choice Award.

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