Festival de Campos do Jordão terá 88 concertos

Programação vai dar mais espaço para produção de câmara

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Por João Luiz Sampaio
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O Festival de Inverno de Campos do Jordão será realizado de 5 de julho a 3 de agosto e terá 88 concertos. A abertura será feita pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, que vai interpretar, no Auditório Claudio Santoro, a Nona Sinfonia de Beethoven, sob regência de Marin Alsop e tendo o barítono Paulo Szot como um dos solistas. "Em linhas gerais, continuamos com a filosofia já implementada no ano passado, de integrar cada vez mais alunos e professores na programação de concertos", explica o coordenador artístico e pedagógico do evento, o violonista Fábio Zanon, no posto desde o ano passado. "Mas fizemos algumas mudanças e a principal delas talvez seja ter diminuído o número de programas feitos pela orquestra acadêmica, formada pelos alunos bolsistas." No ano passado, foram três programas distintos - agora, serão dois. "Muitos de nossos alunos já tocam em orquestras jovens e percebemos que, ao programar três concertos com repertório exigente, não sobrava tempo para outras atividades, como fazer música de câmara, por exemplo, que é algo importante no contexto do festival", afirma Zanon, que diz ter trabalhado com mais autonomia este ano, uma vez que, em 2013, chegou ao evento com linhas de programação já traçadas. Assim, na primeira semana do festival, os músicos serão divididos em formações menores e em orquestras de cordas, de sopros e de metais. "Além disso, divididos em conjuntos de câmara, trios, quartetos, octetos, eles poderão interpretar pilares do repertório, obras de Mendelssohn, Beethoven, Mozart, fundamentais para a formação."

Mas Zanon ressalta a preocupação também com a música contemporânea. "Vou ser honesto. Meu desejo profundo é aumentar o espaço no festival para a composição. Mas, enquanto não temos as condições para fazer isso, trabalhamos com o que é possível no momento", explica. O festival vai receber grupos como a Camerata Aberta e o STUDIO PANaroma, dirigido por Flo Menezes. E o Quarteto Radamés Gnatalli será residente, trabalhando com os alunos da classe de composição, que serão orientados pela americana Anna Clyne. "O interessante é o contraste de orientação dos autores que serão tocados, em alguns casos veremos linhas estéticas antagônicas", acredita.Programas. O primeiro programa da orquestra acadêmica será regido por Marin Alsop e composto por Masquerade, de Anna Clyne; Rapsódia Sobre Um Tema de Paganini, de Rachmaninoff; e Sinfonia n.º 5, de Shostakovich. O segundo, comandado por Giancarlo Guerrero, terá a Sinfonia n.º 1, de Beethoven, a Sinfonia Tropical, de Francisco Mignone, e Os Pinheiros de Roma, de Respighi. Marin Alsop também será responsável pela classe de regência - no ano passado, após sofrer um acidente, ela precisou cancelar sua participação no evento. Para Zanon, até pela presença de músicos importantes nessas áreas, a edição do festival terá dois aspectos muito fortes: a música para sopros e o piano. "Teremos instrumentistas de sopro que virão de orquestras como a Filarmônica de Berlim e de centros como Amsterdã”, diz. "E voltarão a Campos pianistas que há muito não se apresentavam no festival, como Arnaldo Cohen e Jean-Louis Steuerman e outros que farão suas estreias como solistas e professores no evento, como Flávio Varani e Linda Bustani." A lista de pianistas inclui ainda a russa Valentina Lisitsa (solista de concerto da Sinfônica Municipal) e o brasileiro Cristian Budu. “Ele fará recital e também música de câmara com outros professores e com alunos." A programação musical do festival terá a participação de orquestras como a Sinfônica Brasileira, a Filarmônica de Minas Gerais, a Orquestra Petrobrás Sinfônica, a Sinfônica do Theatro São Pedro; e grupos como o Quarteto Escher e o Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo.

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