Ferreira Gullar ganha o Prêmio Camões

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Por AE
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O poeta Ferreira Gullar almoçava em um sugestivo local, chamado Sítio do Pica Pau Amarelo, na cidade de Monteiro Lobato, quando foi comunicado ontem de que vencera o Prêmio Camões, o mais prestigioso da literatura em língua portuguesa. "Estava justamente comentando sobre a magia dessa região, onde Lobato nasceu, quando recebi um telefonema", contou.Do outro lado da linha, Antônio Carlos Secchin, escritor e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, passou-lhe a boa notícia - Gullar vai ganhar a quantia de 100 mil euros. Em seguida, ele conversou com a ministra portuguesa de Cultura, Gabriela Canavilhas. "Jamais esperei ganhar algum prêmio, especialmente esse", comentou o poeta, que completa 80 anos no dia 10 de setembro.Em 2002, Secchin liderou a inscrição de Gullar para o Prêmio Nobel de Literatura daquele ano. A contragosto, o poeta aceitou o processo, que é conduzido por terceiros e não pelo indicado. "Será a segunda vez em minha vida que participo de um concurso: a primeira foi em 1950, quando ainda vivia em São Luís, e inscrevi um poema (O Galo) na disputa de um prêmio do Jornal de Letras, do Rio de Janeiro", disse ele, na época.Questionado pelo Estado se agora, com o Camões, ele considerava que o caminho para o Nobel estava facilitado, Gullar desconversou. "Sou como o periquito da Rua da Alegria, não ganho nada", brincou ele, que se prepara para lançar um livro inédito de poemas, "Em Alguma Parte Alguma"."É a poesia que estava em alguma parte da vida", disse ele no domingo, quando foi a estrela do 3.º Festival da Mantiqueira, em São Francisco Xavier, onde foi ovacionado, especialmente por frases como "a arte existe porque a vida, por si só, não basta". Desde ontem, ele participa da Viagem Literária, programa da Secretaria Estadual de Cultura que leva escritores para diversas cidades do interior paulista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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