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Fernando Morais autografa "Corações Sujos"

Livro revela a história da Shindo Renmei, organização japonesa que aterrorizava imigrantes que acreditavam na rendição do Japão, no fim da 2.ª Guerra

Por Agencia Estado
Atualização:

Corações Sujos é um livro que lança luzes sobre um episódio vivido pela colônia japonesa no Brasil do qual pouco ou nada se ouvia falar antes de seu lançamento. Seu autor, o escritor e jornalista Fernando Morais, estará dando autógrafos a partir das 19 horas desta terça-feira, na livraria Siciliano do shopping Higienópolis (Av. Higienópolis, 618). Morais reproduz mais uma vez o enfoque histórico que marca sua carreira como escritor e jornalista. Já havia feito isso ao escrever A Ilha, em 1975, quando a Cuba de Fidel Castro era parada proibida para brasileiros e não o roteiro turístico que é hoje. Dez anos depois publicou Olga, a biografia de Olga Benário Prestes, primeira mulher de Luiz Carlos Prestes, judia comunista que foi deportada para a Alemanha pelo governo Vargas. Em 1984, lançou Chatô, o rei do Brasil, sobre o controvertido magnata das comunicações dos anos 50. "Corações sujos" era o nome dado aos makegume, ou derrotistas, aqueles que acreditavam na verdade, ou seja, que o Japão havia se rendido às forças aliadas em agosto de 1945, marcando o fim da 2.ª Guerra Mundial. Kachigumi, ou vitoristas, eram aqueles que não acreditavam que o Japão, uma nação que em 2600 anos jamais perdera uma guerra, tivesse se rendido. Eles fundaram a Shindo Renmei ou Liga do Caminho dos Súditos, uma organização secreta militarista e seguidora das tradições japonesas. Entre as duas facções dividia-se a colônia japonesa composta de 200 mil pessoas. A grande maioria apoiava a Shindo Renmei, que durante um ano foi responsável pela morte de 23 imigrantes, deixando 150 feridos. O livro de Fernando Morais reconstitui a história deste curto porém intenso período na vida dos imigrantes japoneses. Corações Sujos, de Fernando Morais. Editora Companhia das Letras, 344 páginas, R$ 31,50.

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