Fernanda é o "grande momento" de Vanessa Gerbelli

Ao Estado, a atriz fala da polêmica personagem e do assédio que tem sofrido, com direito a convites - recusados - para posar nua

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Por Agencia Estado
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Paulista de São Bernardo do Campo, a atriz Vanessa Gerbelli começou na carreira como cantora e enveredou pelo teatro onde, durante dez anos, trabalhou especialmente em musicais. No palco da Tom Brasil, no espetáculo Casas de Cazuza, foi notada por um produtor de elenco da Globo e aceitou fazer um teste para a novela O Cravo e a Rosa, em que interpretou a vilã Lindinha. Trabalhou em Desejos de Mulher, mas estoura agora, aos 30 anos, como a Fernanda de Mulheres Apaixonadas, uma mulher marcada para morrer desde o começo da trama. Na terça-feira, véspera de gravar a cena do tiro que mata sua personagem, Vanessa conversou com o Estado e falou da aflição que a invade neste momento. Fernanda estava marcada para morrer logo no início de Mulheres Apaixonadas, mas sobrevive até o 150.º capítulo. Você percebia o crescimento da personagem na trama? Vanessa Gerbelli - Percebi à medida que os conflitos da Fernanda iam crescendo. Quando li o primeiro capítulo, já notei que a personagem era muito boa: a desempregada que tem uma filha para criar, uma mãe que a odeia, que mantém um relacionamento suspeitíssimo com um ricaço e um passado cheio de mistérios. Claro que meu desempenho como atriz ajudou, mas a personagem é muito boa. Como você encara as manifestações de entidades cariocas contra a morte da Fernanda por uma bala perdida? Respeito a opinião das pessoas, mas acho toda essa polêmica uma questão de vaidade. O protagonista da novela não é o Rio de Janeiro e a bala perdida, com toda certeza, não vai denegrir a imagem da cidade nem atrapalhar o turismo. Manoel Carlos está apenas levantando uma discussão sobre o problema da violência que atinge todas as cidades grandes. Como tem sido o assédio do público e da mídia? Parece que Fernanda carrega uma bandeira. As pessoas me param e protestam contra o destino da personagem, dizem: Que injustiça! Que maldade! Até entendo, porque as pessoas consideram Fernanda uma heroína, foi uma prostituta que optou por sair da marginalidade e vai morrer injustamente. Desconfio que seja esse o motivo desta comoção toda. Tem sido uma loucura o número de pedidos de entrevistas, alguns jornais querem fazer várias matérias. Como meu tempo é curto, tive até de contratar um assessor de imprensa. É verdade que você está sendo sondada pela revista "Playboy"? Fui, mas não quis nem ouvir a proposta. Fico lisonjeada pelo interesse, porque não me considero uma mulher bonita. Não tenho intenção de posar nua porque não vejo isso como trabalho. Minha sensação é a de estar vendendo minha intimidade. Também fui procurada pela Sexy. A morte de Fernanda é bom para você como artista? Essa morte anunciada é a melhor coisa que poderia ter me acontecido, porque testou a personagem na opinião pública. É um trabalho difícil porque tenho de lidar com a minha aflição, com as minhas expectativas e ainda lidar com a dos outros. É muito para mim, mas também o grande momento da minha carreira. Se você pudesse decidir, qual seria o destino de Fernanda? Como atriz, é melhor que ela morra, porque se não fosse isso eu nunca saberia que a personagem é tão querida assim... Se ela não morresse, gostaria do que todo mundo quer: que ela ficasse com Téo (Tony Ramos) e fosse feliz. Você prefere teatro, cinema ou TV? Tenho mais experiência em teatro e só fiz Carandiru no cinema. Mas adoro o estímulo que a TV dá para o artista, parece que é uma estréia a cada dia. Qual é a grande cena de Fernanda em "Mulheres Apaixonadas"? A do tiro, sem dúvida nenhuma.

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